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DE BALADA A CEMITÉRIO, SP TEM GUIA PARA TUDO

Tendência entre profissionais da capital é se especializar e atender pequenos grupos

Por Artur Rodrigues
Atualização:

Igrejas, lojas, baladas, cemitérios e até portas. Em São Paulo, basta escolher o tema e é possível achar um guia que saiba tudo sobre o assunto. Eles desenvolvem roteiros cada vez mais personalizados para grupos pequenos, como amigos a passeio na cidade ou executivos que viajam a negócios. Existe até serviço de disque-guia, que oferece profissionais quase tão rapidamente quanto o tempo que se espera por uma pizza.

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Enquanto no Rio um guia pode entreter o turista apontando as belezas visíveis, na capital paulista é necessário revelar as belezas escondidas. "Em São Paulo, tudo acontece a portas fechadas. Você precisa conhecer o lugar, o preço, que horas abre, que horas fecha", diz a guia Raquel Barcha, de 46 anos, especializada em turismo gay. Ela explica que o público homossexual é muito variado. "Quando se fala de gay muita gente imagina um cara bonito e saradão procurando outro bonito e saradão. Mas há outros gays de idade mais avançada que querem um lugar sofisticado", conta ela, que leva a clientela, geralmente executivos estrangeiros, a bordo de seu Honda CR-V.

Pensando no mercado em ascensão, Shirley Damy, de 51 anos, criou a agência Sampa 4 You, que tem 32 profissionais cadastrados e funciona como disque-guia. "Temos 12 roteiros prontos, mas estamos abertos a criar outros."

Em mais de 30 anos de carreira, o guia Laércio Cardoso de Carvalho, de 64 anos, nem sabe mais quantos roteiros inventou. Tem os clássicos, com igrejas e prédios emblemáticos do centro. Mas a imaginação dele não para por aí. "Tem até roteiro das portas de São Paulo", diz. A estrela desse passeio é a porta do Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento, na região central.

Laércio diz que a demanda por guias não para de crescer. Os responsáveis são os grandes eventos que só acontecem em São Paulo. "Há muita gente que vem para cá ver musicais."

Apesar do grande número de pessoas querendo atuar como guia, pensando principalmente na Copa de 2014, ainda falta qualificação. Há 586 guias profissionais cadastrados na cidade. "Desses, cerca de 200 falam inglês. Aproximadamente 30 falam francês ou italiano", afirma David Carolla, vice-presidente do Sindicato dos Guias de Turismo do Estado. Ele também é professor de um curso de guias de turismo recém-lançado pelo Senac, criado justamente para qualificar mão de obra.

A São Paulo Turismo (SPTuris) cadastra os guias da capital para captar as necessidades do setor e capacitar os profissionais. Se for detectado que há necessidade de mais gente falando chinês, por exemplo, a SPTuris promoverá aulas do idioma. "Mais do que aumentar o número de guias, precisamos qualificar os que existem", diz a diretora de Turismo e Entretenimento da SPTuris, Luciane Leite.

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Visita personalizada. Shirley criou agência de turismo que funciona como disque-guia

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