
13 de julho de 2010 | 00h00
O consórcio MAG, liderado pelo escritório Biselli & Katchborian Arquitetos Associados, de São Paulo, assinou ontem contrato com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) para projetar a construção do terceiro terminal de passageiros do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo.
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A obra é considerada estratégica para aplacar a crescente demanda do setor e receber com padrões mínimos de conforto para a Copa de 2014. Cumbica é o aeroporto mais movimentado do País - em 2009, recebeu cerca de 21 milhões de passageiros.
A licitação internacional vencida pelo consórcio MAG foi lançada em junho de 2009. Ao todo, 24 empresas, todas nacionais, retiraram o edital. Muitas acabaram se associando, formando sete consórcios. O vencedor vai receber R$ 22,6 milhões para projetar o terceiro terminal de Cumbica. Além do saguão de passageiros, o projeto também deve incluir a construção do viário de acesso; pátio de estacionamento de aeronaves; instalação da rede de queroduto (dutos para o transporte de querosene de aviação) e obras complementares.
Todos os estudos preliminares e os projetos básico e executivo têm de ser entregues à Infraero num prazo de 23 meses. É com base nesse material que a estatal vai preparar o edital para a construção do terceiro terminal.
Além do escritório Biselli & Katchborian (nome fantasia do Gabinete de Projetação Arquitetônica Ltda), fazem parte do consórcio vencedor a PJJ Malucelli Arquitetura e Construção Ltda. e a Andrade e Rezende Engenharia de Projetos S.S. Ltda., ambas com sede em Curitiba. As empresas paranaenses ficarão responsáveis pelos chamados projetos complementares, que compreendem as instalações hidráulicas, elétricas e de informática. O projeto arquitetônico será feito pelo escritório paulista. Fundado em 1986, o Biselli & Katchborian atuou em projetos de destaque, como a ampliação do Aeroporto de Florianópolis e o Teatro de Natal.
Aperto. A Infraero planeja ter 40% do terceiro terminal pronto e em operação até a Copa de 2014. O restante da obra, orçada em quase R$ 1 bilhão, seria entregue em junho de 2016.
Para aliviar o aperto em Cumbica no curto prazo, a estatal pretende investir em três módulos operacionais provisórios - estruturas pré-moldadas que reproduzem, de maneira mais simples, as mesmas configurações de um terminal convencional. As vantagens dos MOPs, segundo a Infraero, estão no custo (R$ 2.500 o m²) e na rapidez de instalação (3 meses). O primeiro módulo de Cumbica está previsto para ser entregue em dezembro.
PREOCUPAÇÃO
RICARDO TEIXEIRA: PRESIDENTE DA CBF E DO COMITÊ ORGANIZADOR DO MUNDIAL
"Os três grandes problemas que nós temos no Brasil para a Copa são, inegavelmente, aeroporto em primeiro, aeroporto em segundo e aeroporto em terceiro."
TRÊS PERGUNTAS PARA... ARTUR KATCHBORIAN: SÓCIO DA BISELLI & KATCHBORIAN ARQUITETOS ASSOCIADOS
1. Qual é o maior desafio?
O prazo. Digo que já começamos atrasados. É uma obra complexa e vai ser uma tarefa hercúlea preparar o projeto em 23 meses.
2.Mas é factível?
Se não fosse, a gente não entraria. Vamos precisar de muita agilidade da Infraero para a aprovação das várias etapas.
3. O projeto vai ser um marco da arquitetura?
Você não entra pensando nisso. Mas sabemos que um aeroporto propicia isso. A ideia é harmonizar o terceiro terminal com os que existem. Mas não tenho dúvida de que o novo será marcante.
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