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Cronograma atrasado prejudica inclusão de catadores de lixo

Cada central de triagem da Prefeitura emprega cerca de 60 pessoas, com renda média de [br]R$ 900 por mês

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Por Redação
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Além de causar o desperdício de pelo menos 3,1 mil toneladas mensais de produtos que poderiam ser reciclados, o descumprimento da lei municipal de 2003 - que determina a criação de 31 centrais de triagens nas Subprefeituras da cidade - impede que ex-moradores de rua obtenham renda mensal que, somada, chegaria a R$ 810 mil.Cada central de triagem emprega em média 60 trabalhadores, que recebem cerca de R$ 900 por mês. Os empregados fazem parte de cooperativas de catadores, formadas quase integralmente por ex-moradores de rua que coletavam material reciclável de forma autônoma, como fonte de obter renda.A Coopere do centro emprega cem funcionários e, neste mês, cada um deles recebeu R$ 1,1 mil com a venda de lixo reciclável.Metade do material vem dos caminhões da limpeza urbana. A outra parte é retirada em quatro caminhões gaiola fornecidos pela Prefeitura. Metade dos funcionários tem mais de 50 anos e todos viviam em situação de rua, a maior parte dormindo em albergues da cidade. Sete deles são soropositivos."Não existe hoje melhor política social para ajudar a retirar moradores das ruas do que as cooperativas de triagem", explica Rene Ivo, fundador da Coopere e coordenador do Grupo de Trabalho da Coleta Seletiva Solidária do Centro Gaspar Garcia. "Empregamos um ex-morador de rua que tinha cinco diplomas de cursos oferecidos pelo Município, como vidraceiro e eletricista. Aprenderam o ofício, mas não foi suficiente para garantir trabalho."Verba. Os custos para a construção de uma central de triagem são estimados em R$ 900 mil - entre construção do galpão e compra de equipamentos. Estão programados R$ 6 milhões de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a construção de dez galpões. A verba não saiu porque a Prefeitura está definindo as áreas para a instalação desses prédios. Quatro já foram aprovadas: na Lapa, no Ipiranga, em Aricanduva e em Santo Amaro. O restante deve ser feito pelos consórcios, cuja previsão de conclusão das obras é 2015. /B.P.M.

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