07 de fevereiro de 2012 | 03h04
Prostitutas, por exemplo, costumavam trabalhar em hotéis e boates de luxo. Mas a chegada de profissionais do Leste Europeu deslocou as brasileiras para as ruas. A ministra Maria Luiza Lopes, chefe do Departamento Consular de Brasileiros no Exterior, afirma que as brasileiras sofreram um "rebaixamento de status".
Maria Luiza diz que a situação financeira também tem reflexos na violência doméstica e naquela cometida pelos próprios agentes de imigração. "Estamos trabalhando na ponta do iceberg. O tráfico é a parte embaixo, invisível. Estamos criando mecanismos e parcerias", diz, destacando a ajuda de manicures e cabeleireiras nas investigações.
Em janeiro, o governo lançou um canal internacional do Disque 180. O serviço funciona em Portugal, Itália e Espanha. A administração federal agora quer expandir a opção para outros 11 países. Na lista estão Suíça, Holanda, Bélgica, França, Guiana, Guiana Francesa e Suriname. O primeiro balanço deverá ser divulgado hoje.
"Os relatos mais comuns são de violência doméstica, dificuldade de sair da relação por medo de perder a guarda dos filhos e situações em que a mulher migrou com proposta de atividade sexual, mas que, quando chega, tem documentos retidos e fica presa a dívidas intermináveis", diz a secretária de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves. / A.R.
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