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Criminosos abandonam bomba em van escolar na zona sul de SP

Motorista foi feito refém durante fuga e deixado em favela; veículo atendia alunos dos colégios Bandeirantes e Etapa, da Vila Mariana

Por Luiz Fernando Toledo
Atualização:

SÃO PAULO - Cinco criminosos encapuzados sequestraram uma van escolar na fuga de um assalto à estatal Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), na Avenida Nossa Senhora do Sabará, em Santo Amaro, zona sul de São Paulo,na madrugada desta terça-feira, 3. Durante a ação, eles deixaram uma mochila com seis bananas de dinamite, que seriam usadas no roubo, dentro do veículo. Não houve feridos e, até as 14 horas, ninguém foi preso.

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O motorista Wilson Luiz Cordeiro, de 47 anos, dirigia-se à casa dos alunos por volta das 5 horas, quando foi capturado pelos bandidos e deixado em uma favela na zona sul. Os estudantes atendidos pelo motorista, de dois colégios de elite da capital, Bandeirantes e Etapa, ainda não haviam embarcado no veículo.

A Polícia Militar foi acionada por Cordeiro por volta das 8 horas, só depois de ele ter levado os alunos para a escola e descoberto que os explosivos ainda estavam no interior do veículo. Uma equipe do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) precisou ir até a van, na Rua Coronel Oscar Porto, no Paraíso, para remover os explosivos. A via ficou interditada por quase duas horas para ação dos policiais.

Policiais militares do Gate foram à Rua Coronel Oscar Porto, no Paraíso, para verificar se o objeto deixado na van é um artefato explosivo Foto: Werther Santana/Estadão

Os policiais concluíram a ligação entre o sequestro e as dinamites no veículo só depois do depoimento de Cordeiro, que deu as mesmas características dos criminosos. A tentativa de assalto teve início minutos antes do sequestro.

Os bandidos foram vistos por um vigia da Emae, que acionou a Polícia Militar. Surpreendidos pela chegada de uma viatura, atiraram contra os policiais com fuzis e, ao ver que nenhum deles tinha sido atingido, fugiram. Minutos depois, os homens abordaram Cordeiro na Avenida Rubens Montanaro de Borba, em Cidade Dutra, e exigiram que o motorista pulasse para o banco de passageiros, para que dominassem o veículo. 

A van foi abandonada na favela Castro Alves, no Grajaú. Durante a viagem, Cordeiro relatou momentos de tensão. "Eles disseram que não fariam nada a mim e que só estavam usando o carro para fugir da polícia", contou. Assim que os bandidos fugiram do veículo, o motorista acionou seu GPS, descobriu onde estava e decidiu continuar trabalhando. "Tinha compromisso com os alunos e não podia deixá-los sem ir para a aula", afirmou. O caso foi encaminhado ao 99º Distrito Policial (Campo Grande).

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