Crea alertou para a ocupação irregular das encostas

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Por Bruno Boghossian e Pedro Dantas
Atualização:

Os três municípios atingidos ontem pelos deslizamentos de terra foram alertados pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio (Crea-RJ) sobre essa ocupação irregular nos últimos dois anos. É o que explica o presidente da entidade, Agostinho Guerreiro. "Fizemos contatos regulares por meio dos engenheiros filiados e nunca obtivemos resposta. Isso não é novidade. Em Niterói, mesmo após a tragédia do Morro do Bumba, a prefeitura não respondeu a nossos alertas."O planejamento urbanístico da ocupação do solo na região serrana é "próximo de zero", segundo ele. "As prefeituras são despreparadas do ponto de vista técnico e permitem tanto a ocupação de encostas pelos menos favorecidos como a construção de grandes condomínios de luxo em nome do turismo." O secretário estadual de Meio Ambiente do Rio, Carlos Minc, esteve ontem nos municípios atingidos pelos temporais. "Trata-se da combinação de catástrofe natural com uma irresponsabilidade absoluta", disse. Enchentes e deslizamentos na região serrana acontecem desde os anos 1960. A pior delas foi em 1988, quando 171 morreram em Petrópolis e 300 no Estado. Após a tragédia, obras foram anunciadas, mas mesmo assim, 99 pessoas morreram na região serrana de 2000 a 2009. No ano passado, quando as chuvas mataram 175 no Rio, um homem morreu em Petrópolis.

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