Corregedoria tenta localizar armas desviadas da polícia

Revólveres, fuzis e submetralhadoras desapareceram da sede do Garra; investigador admitiu participação no sumiço e foi preso 

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Por Marco Antônio Carvalho
Atualização:

SÃO PAULO - A Corregedoria da Secretaria de Segurança Pública em São Paulo tenta localizar diversas armas que foram desviadas da sede do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), ligado ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil. Um investigador da própria polícia foi preso e admitiu participação nos desvios.

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"A Corregedoria, que conduz essas investigações, está com todas as equipes empenhadas juntamente com o Deic para localizar essas armas", informou o secretário estadual de Segurança, Fernando Grella, em entrevista nesta segunda-feira, 3.

Grella disse ter solicitado ao delegado-geral da Polícia Civil, Luiz Maurício Blazeck, uma auditoria em todas as unidades após os desvios no Garra.

São cerca de 90 armas desaparecidas, na maioria revólveres e também fuzis e submetralhadoras. O policial preso era o armeiro responsável diretamente pela custódia das armas. Na casa do suspeito, cuja identificação não foi revelada, foram encontrados objetos e armas de uso restrito. A polícia solicitou ainda a prisão de outro envolvido no caso, que não é policial.

O secretário Grella informou ser prematuro fazer ligações entre roubos praticados no Estado e o sumiço das armas. O titular da pasta de Segurança disse que os investigadores estão traçando os contatos do policial envolvido nos desvios para tentar localizar e recuperar o armamento. "Há várias linhas de investigação. Precisamos de tempo maior. Uma série de diligências está sendo adotada", disse.

Apesar de ter admitido a culpa nos desvios, o policial não forneceu mais informações à Corregedoria sobre o destino das armas e como fazia para furtá-las e repassá-las a terceiros.

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"Outras medidas estão sendo tomadas no sentido de se investigar, ver relações (do suspeito). Não posso adiantar para não atrapalhar", disse Grella.

Contra o suspeito, além do inquérito policial que apura as responsabilidades criminais, foi aberto um processo disciplinar, que visa a punição administrativa independentemente do rumo que tomará o inquérito. Uma segunda investigação é conduzida para apurar se houve negligência das autoridades responsáveis pela custódia das armas no Garra.

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