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Corregedoria da Câmara de SP arquiva pedido de cassação contra vereador Police Neto

Vereador era acusado de adulterar requerimento de afastamento para receber verbas de viagem do Legislativo paulistano

Por Bruno Ribeiro
Atualização:
O vereador José Police Neto, durante sessão na Câmara Municipal de São Paulo Foto: JF Diório/Estadão

SÃO PAULO - Em sessão realizada nesta quarta-feira, 22, os vereadores membros da Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo decidiram, por unanimidade, rejeitar parecer do vereador Fernando Holiday (DEM) que acolhia pedido de cassação contra o vereador José Police Neto (PSD) por recebimento indevido de verbas de viagem.

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Police era acusado pelo ex-presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (DEM) de ter adulterado um requerimento de afastamento temporário feito à Câmara para participar de uma conferência sobre urbanismo da Organização das Nações Unidas (ONU) ocorrida na Malásia no ano passado. Após a leitura do requerimento, Police escreveu, à mão, que a viagem era “com ônus” à municipalidade. O vereador reconheceu que fez a alteração, mas disse que foi orientado a agir assim pela própria mesa diretora. Ao identificar a viagem como sendo "com ônus", ele recebeu verba de R$ 17 mil. 

O parecer de Holiday, aliado de Leite, sustentava que a adulteração de fato ocorreu e, por isso, o processo deveria seguir em frente. Significaria levar o pedido de cassação para o plenário, para votação da perda de mandato pelos 55 vereadores paulistanos.

Police sustentava ainda que a ação era uma represália de parte dos servidores da Câmara, com apoio de Leite, que ficaram inimigos do parlamentar após ele tocar medidas como a divulgação dos salários dos servidores e cortar salários maiores do que o teto constitucional durante período em que presidiu a Câmara, na gestão Gilberto Kassab (PSD). Leite nega.

Na análise do parecer, entretanto, cinco vereadores da Corregedoria acolheram os argumentos de defesa de Police, e determinaram o arquivamento do pedido.

A denúncia feita por Leite também foi enviada ao Ministério Público Estadual e resultou em um inquérito civil, que ainda está em andamento.

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