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Cordões resgatam folias do passado

Novos blocos abraçam identidade dos antigos

Por Monica Reolom
Atualização:

"Seremos cordão carnavalesco sim, com todas as implicações inerentes a esta opção", brada em seu site o Cordão Kolombolo, que desfilou pelas ruas da Vila Madalena no sábado. "Ser cordão" significa se inspirar em Dionisio Barbosa, que fundou, em 1914 o Cordão da Barra Funda - hoje a escola de samba Camisa Verde e Branco. Um século depois, novos blocos de rua resgatam a memória dos carnavais do começo do século 20."O cordão é o pai do samba paulista", diz Renato Dias, fundador do Kolombolo, criado em 2002. E, agora, também são os filhos: outros oito cordões vão sair às ruas até o dia 8 de março.O Cordão Corpo Fechado, que nasceu no ano passado, vai levar às ruas da zona norte, no sábado, características típicas desse tipo de agremiação. Como a Baliza, personagem que abre caminho entre os foliões e defende o estandarte, símbolo maior do cordão. Também vai tocar músicas embaladas por batucada, percussão e sopro, com destaque para o bumbo. "O cordão tem uma liturgia, canta o samba-tema (que se transformou em samba-enredo nas escolas) do ano. O bloco não, você pode tocar várias músicas", explica Dias.Outros cordões que vão desfilar não seguem ao pé da letra as características históricas, mas se inspiraram nelas. O Cordão do Triunfo, que sairá na região da Cracolândia no domingo, quis chamar assim a agremiação de carnaval por achar que fazia mais sentido. "Cordão tem uma coisa mais informal, suja, mais familiar", diz Paulo Faria, diretor da companhia Pessoal do Faroeste e fundador do grupo. "A denominação é mais simbólica do que ter como objetivo conservar as questões técnicas."

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