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Construção do Oscar's Hotel é liberada pela Justiça de SP

De acordo com a Justiça, o hotel não poderia ter sido interditado já que é beneficiado por lei de anistia

Por Ana Carolina Moreno e do Jornal da Tarde
Atualização:

Uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo liberou a obra do Oscar's Hotel, na região do Aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista. A construção foi interditada pela Prefeitura de São Paulo na semana passada, alegando que o hotel prejudicava pousos e decolagens no aeroporto. "Fica vedado à Prefeitura interditar, e muito menos colocar bloquetes de concreto, para impedir a entrada de utilização do hotel", afirma a decisão.    Dono do Bahamas se intitula o "Harry Flynt brasileiro"   De acordo com a Justiça, o hotel não poderia ter sido interditado já que é beneficiado pela Lei Municipal de Anistia 13.558/2003. De acordo com a lei, mesmo que imóveis tenham irregularidades, as obras podem continuar se alguns requisitos forem cumpridos.   Os blocos de concreto que haviam sido colocados pela Prefeitura foram retirados por funcionários contratados pelo empresário Oscar Maroni, que teve a prisão decretada na segunda-feira. 6. Maroni é acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de formação de quadrilha, tráfico de mulheres, exploração de prostíbulo e favorecimento à prostituição. A denúncia feita pelo promotor José Carlos Blat foi aceita pelo juiz Edson Aparecido Brandão, da 5ª Vara Criminal de São Paulo. A investigação começou em 2004, quando foram apreendidos na boate documentos contendo nomes e telefones pessoais de funcionários da Prefeitura de São Paulo (são citados Contru, Secretaria da Habitação e Administração Regional), policiais e de militares da Aeronáutica. ''Eles podem evidenciar a facilitação para obtenção de benefícios visando o funcionamento sem qualquer interferência das autoridades públicas do prostíbulo, além da eventual facilitação na obtenção de documentos para a edificação e futuro funcionamento de hotel'', diz a denúncia. Após o acidente com o Airbus A320 da TAM, o prédio do Oscar's Hotel foi lacrado pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM). Construído como se fosse um prédio comercial, o local, na verdade era um flat residencial. Depois do prédio, sua boate também foi fechada pela Prefeitura.Personagem conhecido da noite paulistana, Maroni gosta de afirmar que mantém relações com políticos e outras pessoas poderosas e repete em suas entrevistas que já fez sexo com mais de 1.500 mulheres. O promotor usou as declarações do empresário em sua denúncia. Nela, Blat assim descreveu o Bahamas: ''No primeiro andar, há 10 apartamentos dotados de dormitório e banheiro. Os apartamentos eram utilizados em alta rotatividade para a prática de atos libidinosos.'' Segundo o promotor, ''a casa de prostituição possui todo o equipamento e pessoal necessário para que o cliente possa manter relações sexuais efetuando o pagamento de valores fixados ou combinados com as prostitutas'' - são relacionadas 22 das quase 150 mulheres que trabalham na casa. A boate funcionava do meio-dia às 4 horas. Os clientes tinham de pagar para entrar e usufruir do ''balneário e da boate'' - o programa com as garotas era pago à parte. As prostitutas circulavam seminuas pela casa ou com roupas íntimas pelo piso térreo da boate. Segundo a denúncia, as mulheres eram atraídas com a promessa de lucro e recebiam R$ 300,00 pelo programa, sendo fiscalizadas para que permanecessem o menor tempo possível com os clientes. A jornada diária era de 8 horas. Maroni é ainda acusado de realizar o concurso ''Miss Garota de Programa'', cuja vencedora ganhava uma viagem para Las Vegas (EUA). Além de Maroni outras cinco pessoas foram denunciadas por Blat porque participariam do esquema. var keywords = "";

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