Consórcio diz que faltará água para Campinas e Grande SP no inverno

Segundo associação das Bacias PCJ, no interior paulista, cálculos apresentados pelo comitê anticrise do Cantareira revelam déficit de 10 m³ por segundo em agosto e setembro

PUBLICIDADE

Por Fabio Leite
Atualização:

SÃO PAULO - O Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) informou nesta terça-feira, 13, que cálculos apresentados pelo comitê anticrise que monitora a seca no Sistema Cantareira indicam que "não haverá disponibilidade hídrica suficiente para abastecer" a região de Campinas, no interior paulista, e a Grande São Paulo, "durante o pico da estiagem, entre os meses de agosto e setembro".

PUBLICIDADE

Em nota publicada em seu site, o consórcio que reúne municípios e empresas da região afirma que a estimativa foi anunciada em reunião ocorrida segunda-feira pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), órgãos gestores do manancial. Segundo a entidade, nem o início de retirada de água do "volume morto" do Cantareira, previsto para a próxima quinta-feira, garante o abastecimento no inverno. 

Segundo a apresentação feita nesta terça-feira pelo superintendente-adjunto da área de regulação do consórcio, Patrick Thomas, em Campinas, o fenômeno climático que provocou chuvas de 300 milímetros acima da média histórica no Acre e de 300 milímetros abaixo da média no Sudeste "comprometeu criticamente as vazões de afluência do Sistema Cantareira, que ficaram 60% abaixo das médias históricas".

Pelas cálculos apresentados, "vão faltar 10 m³ de água por segundo para atender a demanda de água" porque a vazão afluente ao Cantareira (volume de água que chega ao sistema) em maio tem registrado média de 5,7 m³ por segundo, quando a vazão média mínima para o período é de 18 m³ por segundo.

De acordo com a entidade, os estudos apresentados nessa segunda-feira atentam que as Bacias PCJ necessitam de uma vazão média entre agosto e setembro de 7 m³ por segundo, enquanto a Grande São Paulo de 21 m³ por segundo. "Portanto, as duas regiões irão necessitar de 28 m³ por segundo para atravessar o pico da estiagem. Porém, a permanecer as médias de vazão de afluência do Cantareira, somadas ao uso do total do volume útil e do volume morto, prospectando retiradas de água que permitam as reservas durar até novembro de 2014, ainda assim, vai faltar água para abastecer as duas regiões nesse período, em torno de 10 m³ por segundo", afirma o consórcio.

De acordo com Thomas, será necessário reduzir o consumo. “A quantidade de água disponível não vai atender as demandas hídricas nas Bacias PCJ e na Região Metropolitana de São Paulo. As vazões disponíveis para as duas regiões são inferiores às registradas em anos anteriores, o que torna necessário compatibilizar as demandas com a disponibilidade hídrica atual”, disse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.