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Conseg presta homenagem a policiais envolvidos na ação que matou 10 no Morumbi

Evento aconteceu em área anexa do 34.º Distrito Policial; para presidente do órgão, operação foi legítima

Por Felipe Resk
Atualização:
Ação no Morumbi terminou com 10 mortos Foto: Nilton Fukuda/Estadão

SÃO PAULO - O Conselho de Segurança (Conseg) do Morumbi prestou uma homenagem aos policiais civis envolvidos na operação que terminou com a morte de dez membros de uma quadrilha de roubo à residência no Jardim Guedala, no último domingo, 3. No evento, o grupo emitiu certificados de mérito para a 2.ª Delegacia de Crime Contra o Patrimônio e também para o Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), do Departamento de Investigações Criminais (Deic).

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Investigações da Polícia Civil apontam que o grupo era liderado Mizael Pereira Bastos, o Sassá, de 28 anos, que participou de pelo menos 20 assaltos a casas da região, entre elas a residência do cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), no ano passado, e a de um desembargador do Tribunal de Justiça no dia 20 de agosto. O outro líder, Felipe Macedo de Azevedo, o Miojo, de 24 anos, estava relacionado a ataques a caixas eletrônicos e agências bancárias, e havia participado, entre outros casos, de um assalto que terminou com um secretário de Embu das Artes baleado. Ambos foram mortos no domingo.

A quadrilha também atuava no Jardim Europa, além de atacar condomínios de luxo na Grande São Paulo e no interior. O principal alvo dos bandidos era relógio, joias e dinheiro. Os ataques chegavam a ser milionários: uma das vítimas do bando avaliou em R$ 2 milhões um anel roubado pelos criminosos. "Eles estavam prejudicando toda aquela população. Fizeram cerca de 20 assaltos no Morumbi: alguns mais, outros menos", afirmou Celso Cavallini, presidente do Conseg Portal do Morumbi, que participou da cerimônia.

O evento aconteceu em uma área anexa ao 34.º Distrito Policial (Vila Sônia), na terça-feira, 5, mas não contou com a presença dos policiais do Deic que participaram da ação. "Todo ano há uma homenagem, aí aconteceu esta ocorrência e todos os Consegs da região resolveram apoiar", disse Cavallini.

Para ele, a ação da polícia foi legítima. "Eu vi o tamanho da encrenca. A viatura do Garra ficou toda furada, ou seja não foram só os policiais que atiraram. Eles revidaram, foi uma troca de tiro. Guerra é guerra." Na ocasião, os policiais apreenderam quatro fuzis AR-15, além de duas pistolas e três revólveres.

O presidente do Conseg também é da opinião de que a ação dos policiais vai trazer "tranquilidade" para os moradores do Morumbi, mas não por muito tempo. "O líder da quadrilha era o Sassá, então significa que desarticulou o bando", disse. "Mesmo que tenha sobrado alguém que participa ou participou, vai ser difícil montar um grupo no novo. Então, vai durar uns dois ou três meses até formar uma quadrilha para roubar de novo."

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