SÃO PAULO - Um problema detectado no radar operado pela Aeronáutica atrasa voos nos aeroportos de Congonhas, na zona sul da capital paulista, internacional de São Paulo, em Guarulhos, na região metropolitana, e internacional de Viracopos, em Campinas, no interior paulista, na manhã desta quinta-feira, 19. Por sua vez, as companhias aéreas afetadas afirmam que estão prestando atendimento aos passageiros que tiveram voos alterados ou cancelados.
Responsável pela administração de Congonhas, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) afirma que, no momento, o aeroporto se encontra aberto para pousos e decolagens. Segundo último balanço divulgado até 11h30, cinco partidas estavam atrasadas. Entre as chegadas, eram cinco voos cancelados e outros cinco em atraso.
A GRU Airport, concessionária do aeroporto internacional de Guarulhos, também conhecido como Cumbica, disse que as operações de pousos e decolagens sofreram atrasos em razão de um problema no radar da Área de Controle Terminal São Paulo do espaço aéreo na manhã desta quinta, mas que o sistema já foi restabelecido e as operações estão sendo retomadas.
A falha no radar também afeta o aeroporto de Viracopos. A Concessionária Aeroportos Brasil Viracopos afirmou que, por volta das 8h45, a Torre de Controle informou que as decolagens e pousos no aeroporto estavam suspensas por conta de um problema no radar que fica em Congonhas, na capital paulista. Segundo a administradora, às 9h45, a operação começou a ser retomada gradualmente e a situação foi normalizada às 10h10. Até as 11h15, o balanço indicava 20 voos atrasados e 11 voos cancelados, sendo três de chegada e oito de partida.
Sobre a situação com o radar em São Paulo, a Aeronáutica disse que, às 8h15 de quinta, foi verificada uma instabilidade nos sistemas de controle de tráfego aéreo do Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste, afetando as aeronaves decolando e com destino aos aeroportos de São Paulo.
De imediato, foi aplicado o plano de contingência, conforme previsto no programa de treinamento dos controladores de tráfego aéreo, a fim de manter a continuidade das operações aéreas com o nível de segurança requerido.
A equipe técnica restabeleceu o sistema às 8h42 e os consoles de visualização radar voltaram a operar normalmente. Todas as medidas estão sendo tomadas para reduzir os impactos da ocorrência e as causas da instabilidade estão sendo apuradas.
Passageiros relatam transtornos
A professora Neuraci Rodrigues e sua família tiveram o voo de Congonhas para o Amapá, que sairia as 10h45, cancelado. Pouco depois das 12h, elas ainda estavam na fila para tentar remarcar. "A gente ia chegar hoje (quinta) às 16h, mas estão propondo remarcar para chegada só amanhã (sexta-feira, 20) à noite. Em vez de fazer apenas uma conexão em Brasília, teríamos de dormir lá", conta ela, que tem compromisso de trabalho na manhã desta sexta no Amapá.
O auxiliar de operações Leandro Andrade e a administradora Sofia Landgraf ficaram sabendo do cancelamento de seu voo para Porto Alegre, que sairia às 11h05, um minuto antes do embarque. "Eles confirmaram, estava tudo certo. Um minuto antes de embarcar, avisaram que foi cancelado e pediram para se dirigir ao check in", contam.
A viagem foi remarcada para às 20h, mas depois o casal conseguiu adiantar para 13h15. "Além de remarcarem em assentos separados, estamos perdendo tempo de viagem e tivemos de readequar o horário da hospedagem e do carro que vamos alugar duas vezes", acrescenta Sofia. No terminal da zona sul paulistana, funcionários informavam aos clientes, por volta das 12h30, que o radar já havia sido reativado, mas ainda havia desdobramentos dos atrasos da manhã.
Companhias aéreas
Em nota, a Gol informa que na manhã desta quinta-feira teve quatro voos com destino ao aeroporto de Congonhas (CGH) impactados de forma mais direta pela instabilidade no sistema de radares dos aeroportos do estado de São Paulo.
Os voos 1427, proveniente de Goiânia (GYN) e o 1551, vindo do Recife (REC) foram alternados para o Galeão (GIG), no Rio. Assim que normalizada a condição técnica para operação em CGH, as aeronaves dos dois voos foram reabastecidas em GIG e seguiram de volta ao terminal da capital paulista.
A ponte aérea G3 1011, entre Santos Dumont (SDU) e CGH também alternou para GIG, mas foi cancelada.
Os clientes foram acomodados em outros voos ao longo do dia. Outro voo entre SDU e CGH, o de número 1022 foi cancelado. Os passageiros também estão recebendo as devidas tratativas de reacomodação", disse, em nota.
Devido ao problema, outras operações da Gol desta quinta-feira serão impactadas ao longo do dia, gerando alguns atrasos. Todos os passageiros estão sendo informados pelas equipes de aeroporto e recebendo o devido atendimento. A companhia reforça que todos os procedimentos adotados nessas operações tiveram como foco a segurança.
A Latam Airlines Brasil afirma que, devido a questões técnicas no radar responsável pelos aeroportos de São Paulo, quatorze voos da companhia foram impactados até as 14 horas desta quinta-feira, sendo oito cancelados e seis alternados para Curitiba, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro/Galeão e Santos Dumont. O funcionamento do radar já foi restabelecido e as operações da companhia estão sendo normalizadas.
"A Latam esclarece que está prestando toda a assistência necessária aos passageiros. Por fim, reitera que segue os mais elevados padrões de segurança, atendendo aos regulamentos das autoridades nacionais e internacionais, e esse cuidado tem por objetivo assegurar prioritariamente a segurança dos voos", acrescentou.
Em nota, a Azul disse que ao menos 30 voos partiram dos aeroportos de Viracopos, Congonhas e Guarulhos nesta manhã com atraso superior a 15 minutos. Além destes, a empresa precisou cancelar outros 11 voos que tinham os três aeroportos como origem ou destino.
A companhia ressalta que os clientes receberam todo o atendimento necessário das equipes locais da Azul, conforme prevê a resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), sendo reacomodados em outros voos da própria companhia.
"A Azul lamenta eventuais aborrecimentos causados e reforça que ações como essa são necessárias para garantir a segurança de suas operações", finalizou.