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Confronto entre PM e manifestantes divide moradores do Tatuapé

No início, manifestantes receberam apoio da população, mas, conforme ato avançou, moradores passaram a defender ação policial

Por Diego Zanchetta , Paulo Saldaña e Caio do Valle
Atualização:

SÃO PAULO - O confronto entre manifestantes e policiais que aconteceu em ruas residenciais do Tatuapé dividiu os moradores da região. Teve gente que criticou a ação da polícia e outros, os manifestantes. 

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No início, quando o protesto estava em frente ao Metrô Carrão, os manifestantes receberam apoio de moradores de um conjunto residencial. Quando o confronto começou, policiais chegaram a atirar bombas na direção de um prédio. Conforme o protesto transcorria, passando por ruas residenciais do bairro, os moradores passaram a apoiar a ação da polícia.

O administrador Danilo Arruga, de 32 anos, que mora em um prédio na Rua Serra do Japi, um dos locais que o confronto foi mais violento, ficou preocupado com os pais, que estavam no mercado. Eles tiveram de pegar a contra-mão para entrar no prédio", diz Arruga, cuja avó, que mora no mesmo quarteirão, teve de ser atendida por uma enfermeira por causa do gás lacrimogêneo que chegou até os apartamentos. "O prédio aplaudiu a ação da Tropa de Choque, mas teve gente que gritou contra, até contra a imprensa."

A professora Marina Santana, de 25 anos, acha que a polícia foi "coerente" com os manifestantes. "No começo estava pacífico. Temos problemas no País, mas os manifestantes exageram. A polícia teve de espantá-los."

Desde as 9 horas, torcedores com camisa verde e amarela já se assustavam com o aparato policial montado para conter os protestos. Bares e padarias fecharam as portas com medo da violência que tomou as ruas do bairro.

Os passageiros que tentaram embarcar na Estação Tatuapé criticaram o fechamento da parada. A doméstica Ana Barbosa, de 54 anos, que mora em Itaim Paulista, na zona leste, não sabia que ônibus pegar na Radial Leste para voltar para casa. "O que me assusta é o absurdo que os policiais fazem." A vendedora Hilkennia Santos Miranda ,de 24 anos, chegou a tirar a camisa da seleção brasileira que vestia e pisar nela. "Eu piso porque não é possível que mesmo uma mãe com crianças pequenas não possa usar o metrô."

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