
17 de janeiro de 2012 | 03h03
"Mas estamos investigando também a participação do motorista na fraude. Ele teve a carteira suspensa e nunca entrou com recurso nos órgãos de trânsito ou procurou a polícia para denunciar algo", afirmou o delegado Lopes Filho.
Segundo o delegado, esse é um dos inquéritos mais trabalhosos, pois 5 mil motoristas tiveram seus pontos transferidos para a carteira de Paula. "Vamos ter de ouvir todo mundo. Além de falsidade ideológica, os envolvidos poderão responder por formação de quadrilha", disse Lopes Filho.
Durante a investigação, policiais da DCT descobriram que grande parte dos pontos foi transferida pelo computador, com o uso das senhas de dois delegados da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran), órgão municipal que representa o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) na cidade de Pindamonhangaba.
Multas após a morte. Outro caso curioso de transferência de pontos ocorreu em Jundiaí. O motorista Marcelo Luís Pedroso de Morais morreu aos 34 anos, em julho de 2009, mas "continuou" a cometer infrações. Segundo Lopes Filho, foram repassados 200 pontos para o prontuário da carteira habilitação de Morais meses depois da morte do motorista.
De acordo com o delegado, entre 20 e 30 motoristas tiveram suas multas transferidas para a carteira de Morais.
A Polícia Civil ainda está intimando os envolvidos para que todos prestem depoimento a fim de esclarecer a ocorrência, mas pistas já foram levantadas. "Em alguns casos, tiraram uma cópia da carteira de habilitação do morto e falsificaram a assinatura no formulário", contou Lopes Filho. /G.M.
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