Comerciantes preveem ''invasão de turistas''

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Por Marici Capitelli
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Hoje, as imediações da futura arena do Corinthians dão uma dimensão da falta de estrutura da região. Com exceção da Estação Corinthians-Itaquera e do Shopping Metrô Itaquera, o comércio mais próximo fica a cerca de um quilômetro do Itaquerão. São quatro botecos irregulares construídos em uma mistura de alvenaria e madeira. Na frente deles, uma mesa de bilhar.O dono desses estabelecimentos é Antonio Bento de Oliveira, que serve cerca de 45 refeições diárias por R$ 5. "Não trabalhamos com prato feito, porque fica mais caro. Então, por esse preço, a pessoa pode escolher, com o arroz e feijão, por peixe, carne ou frango", explica. O prato é acompanhado de salada. Sucos custam de R$ 0,50 a R$ 2.Um pouquinho mais à frente fica a minipadaria e mercearia da Perpétua e do Dedé. O casal vende cerca de 2 mil pães por dia, além de outros quitutes feitos pela proprietária. Perpétua Araújo Alves, de 41 anos, está tentada a reformar o imóvel. "Quero azulejar tudo e bater uma laje para receber os turistas que, com certeza, vão vir aqui." Ela ainda não fez a obra porque não sabe se será desapropriada.O metalúrgico aposentado Carlos da Silva, de 64 anos, não tem medo da desapropriação. Ele tem uma banca de frutas na garagem de sua casa e uma bonbonnière na casa ao lado. "Já peguei R$ 15 mil de empréstimo para ampliar meus negócios. Itaquera está no olho do furacão", conta.Silva pretende construir também uma lanchonete "simples, mas de muito bom gosto para atender o turista". Além de expandir a banca de frutas. "Imagine todos aqueles visitantes do exterior encantados com as nossas frutas."Itaquera não tem hotéis e as opções gastronômicas são restritas. A principal é a praça de alimentação do Shopping Metrô Itaquera, com 23 restaurantes e 1.314 lugares. Pelo shopping, que estuda se vai ou não ampliar as instalações, já passam por dia 60 mil pessoas.

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