11 de abril de 2012 | 03h04
SOROCABA - Cansado de ser assaltado, o comerciante José Valter Maestá, dono de uma joalheria em São Manuel, a 258 km de São Paulo, baixou um "decreto" dirigido aos ladrões e o fixou na porta do estabelecimento: "Fica proibido roubar esta loja aos sábados e domingos." Dono do comércio há mais de dez anos, ele explicou que o cartaz é uma forma bem humorada de protesto contra a falta de segurança.
Maestá já perdeu a conta dos assaltos. Só neste ano foram dois, o último no fim de semana. O roubo foi gravado pelas câmeras de segurança. Dois homens entraram após cortar o cadeado com um alicate e quebrar a vitrine. Destruíram os mostruários para levar joias e relógios. Eles nem se preocuparam em esconder os rostos. Um deles ainda arrancou e levou o monitor do sistema de câmeras. Segundo o comerciante, o prejuízo foi de R$ 40 mil. Por isso, no decreto, ele estipulou uma quota para os ladrões: "Os roubos ficarão limitados a um montante de, no máximo, um salário-base."
Maestá conta que a polícia só começou a investigar o crime 48 horas depois. "Se viessem antes, talvez tivessem prendido alguém." O decreto termina com uma advertência: "Aos ladrões que descumprirem e na improvável hipótese de serem pegos, talvez quem sabe poderão ser punidos pela lei."
O delegado do município, José Mário Toniato, afirmou que não houve demora nas investigações e os suspeitos do crime foram identificados a partir das gravações. "A prisão deles é uma questão de tempo." O delegado-seccional de Botucatu, Antonio Soares da Costa, disse que São Manuel tem o maior índice de esclarecimento de crimes da região. A PM informou que as rondas no fim de semana foram intensificadas.
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