
22 de abril de 2013 | 02h06
Atualizado às 08h48
Começa nesta segunda-feira, 22, o julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de executar a modelo Eliza Samudio. Ele sentará no banco dos réus da mesma sala onde foram condenados o ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes de Souza e seu braço direito, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, no Fórum de Contagem (MG), na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Bola teria asfixiado Eliza, segundo a promotoria, a mando de Bruno - o goleiro foi condenado a 22 anos de prisão como mandante do crime. Bola alega inocência.
Bola vai negar ter assassinado Eliza Samudio
Entenda. Temido pelos principais protagonistas da trama que resultou na morte da modelo Eliza Samudio, Bola é apontado pelo Ministério Público de Minas Gerais como o assassino da modelo. Condenado em 8 de março a 22 anos e 3 meses de prisão por ter encomendado o crime, Bruno disse em depoimento que Macarrão havia lhe contado que contratou o ex-policial para a execução. Já Macarrão, condenado a 15 anos em novembro, jogou a culpa em Bruno, que segundo ele teria pedido para entregar Eliza a um homem, cujo nome o amigo do goleiro disse não saber, o que foi interpretado como tentativa de preservar Bola.
A defesa de Bola insiste na tese de que o ex-policial não tem qualquer envolvimento na morte da amante de Bruno. Uma das estratégias será desqualificar o delegado Edson Moreira, chefe das investigações que culminaram no indiciamento de Bruno e seus comparsas, arrolado como testemunha. O advogado Fernando Magalhães, um dos defensores do ex-policial, disse que os jurados vão perceber que há uma rusga pessoal entre Moreira e seu cliente.
"Só para o Edson Moreira temos perguntas suficientes para 24 horas de interrogatório", afirmou o defensor. Magalhães prevê que o julgamento dure de sete a dez dias. Ele questiona o fato de seu cliente ser julgado enquanto há um inquérito aberto para apurar o envolvimento de outro suspeito no caso, o policial civil José Laureano, o Zezé.
Para o promotor de Justiça Henry Wagner Vasconcellos, a situação é diferente. O promotor argumenta que o inquérito sobre Zezé só foi aberto "porque se tem certeza da culpa de Marcos Aparecido dos Santos". "O pressuposto para as demais investigações é a certeza da culpa do Bola. E uma investigação complementar."
Vasconcellos informou que vai pedir a condenação do réu por homicídio duplamente qualificado e destruição de cadáver. Segundo o Tribunal de Justiça de MG, os trabalhos devem durar em torno de três dias.
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