''Com ou sem a PUC, vamos comprar''

É o que diz diretor do grupo WWI sobre negociação do Hospital Umberto Primo

PUBLICIDADE

Por Rodrigo Brancatelli
Atualização:

Com ou sem a PUC, os prédios do antigo complexo do Hospital Umberto Primo, na Bela Vista, serão revitalizados até 2014 e darão lugar a um centro educacional, um centro médico e um conjunto de lojas. Não haverá torres de luxo nem shopping, apenas um restauro que vai transformar a área tombada em um bulevar aberto para os paulistanos. Essas são, pelo menos, as promessas do grupo que fechou a polêmica compra do antigo hospital.Os sócios do WWI Group, holding de investimento que até agora não havia se pronunciado, se dizem tranquilos em relação ao projeto. Em entrevista ao Estado, o presidente do grupo Marco Versiani fez questão citar o currículo de todos os membros da WWI, frisar que o capital da holding é 100% nacional e afirmar que a revitalização do Umberto Primo sairá do papel mesmo que a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) desista de ser locatária de um dos prédios do complexo.Versiani confirma que a fundação não sabia ainda da negociação. "Só o reitor (da PUC, Dirceu de Mello) e seus assessores sabiam do negócio. O reitor tem sua autonomia para buscar as melhores condições para a PUC. E isso nós nos certificamos. Mas mesmo sem a PUC, o local terá sua vocação educacional. O negócio não muda em nada, pois temos nossos grupos de investidores, e também não muda nada para a Previ. Nosso negócio é simples, é aluguel", diz."Em termos de cronograma, nada vai ser prejudicado", diz ele, que não revela o valor do negócio, mas que afirma ser menos do que os R$ 270 milhões divulgados na imprensa. "Vamos entrar com pedido no órgão de patrimônio no segundo semestre. A Previ já aceitou a nossa proposta financeira, e agora partimos para o contrato de compra e venda. É irrevogável. O negócio é rentável do ponto de vista de aluguéis, com ou sem a PUC."O projeto, segundo o WWI, foi desenhado pela empresa internacional de design Yoo, fundada pelo decorador parisiense Philippe Starck. Uma vez terminada a reforma, que ainda precisaria ser aprovada pelos órgão municipal e estadual do patrimônio, a ideia é locar parte do antigo hospital para a PUC, enquanto outro trecho do complexo seria ocupado por um "medical center". Um prédio também seria usado para escritórios, consultórios médicos e lojas. "Vamos preservar o aspecto histórico do ambiente, nem na volumetria vamos mexer, e isso é uma coisa que São Paulo não tem", diz o presidente da holding. "Quais escritórios, quais médicos não gostariam de alugar lá?", afirma.O WWI afirma que procurou a Previ para a aquisição do terreno há dois anos - antes mesmo da fundação do grupo, criado em outubro de 2009; segundo Versiani, uma outra empresa que hoje faz parte da holding começou a negociação. A Previ teria então sugerido ao WWI que procurasse a PUC, uma vez que a universidade já havia expressado o interesse de ocupar o imóvel. O atual imbróglio começou na semana passada, após a divulgação da venda do complexo para um grupo de investimentos e a PUC. Dias após, com a repercussão, o reitor disse que a instituição estaria em entendimentos para apenas ocupá-lo como inquilina ou em forma de comodato. A Arquidiocese de São Paulo, no entanto, informou que a Fundação São Paulo, mantenedora da PUC, não tem interesse em comprar o imóvel e que o reitor não tem autonomia para fazer nenhum negócio nem mesmo assinar um contrato de locação.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.