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Com menos restrições, praias ficam lotadas no primeiro dia do feriadão no litoral paulista

Congestionamento no sistema Anchieta-Imigrantes, expectativa pelo sol e praias lotadas marcaram o sábado do primeiro feriado prolongado sem as restrições do Plano São Paulo

Foto do author Gilberto Amendola
Por Gilberto Amendola
Atualização:

Quem saiu da cidade de São Paulo pela manhã deste sábado, 4, com destino ao Guarujá,notou um fluxo maior de veículos já na Avenida Bandeirantes - situação que se complicou na Imigrantes, na altura do Rodoanel e, principalmente, após o pedágio. Com a lentidão neste trecho, ambulantes puderam circular entre os carros.

Além do excesso de veículos, os motoristas ainda tiveram que enfrentar neblina ao longo do trajeto.A reportagem saiu de São Paulo às 7h e chegou no Guarujá às 10h. O tráfego também era pesado na entrada da cidade. 

Guarujá está com praias lotadas no primeiro dia do feriadão de 7 de Setembro Foto: Felipe Rau/Estadão

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Já no Guarujá, estabelecimentos comerciais, como padarias, supermercados e lojas estavam lotados. Na maioria dos casos, o distanciamento entre mesas ou frequentadores era coisa do passado. Encontrar um local para estacionar nas ruas próximas de praias como a Pitangueiras era uma tarefa quase impossível - e que demandava muita sorte. 

Nas ruas, parte da população, turistas e locais, pareciam ter relaxado do uso de máscaras (item de proteção que ainda é obrigatório). Atletas de calçadão e ciclistas já se desobrigaram, por conta da própria, de usá-las. 

Pela manhã, a promessa de feriado de sol demorou a se concretizar. A expectativa de quem sonhou comdias menos restritivos virou impaciência. “ O sol precisa voltar a aparecer para a gente voltar a viver também”, disse o comerciante Elias Macedo, 41 anos. “O sol precisa sair antes que o governador desista e feche tudo de novo”, completou. 

No congestionamento para a Baixada, vendedores ambulantes andam entre os carros parados Foto: Felipe Rau/Estadão

Aliás, apesar do clima praiano, a política invadiu muitas das conversas entre banhistas. O receio pela volta das restrições ou as críticas em relação à condução da pandemia pelo governo federal não saiu do radar de quem estava com os pés enterrados na areia. 

Os comerciantes da praia também estavam concentrados em olhar para o céu e pedir por um pouco de sol. “A gente precisa de um feriado bom para recuperar o prejuízo de mais de um ano de pandemia”, falou Daniela Menezes, 40 anos, funcionária de uma barraca de pastel. “Foi um período complicado demais. Muita luta. A pandemia e o sol precisam colaborar agora”, disse Tatiane Celeste, 32 anos, atendente de uma barraca de porções e batidas.

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Apesar do tempo “lusco-fusco” na manhã de sábado, o feriado foi significativo para a dona de casa Eliana dos Santos, de 47 anos. A moradora de Ribeirão Bonito, no interior de São Paulo, visitava pela primeira vez na vida a praia e o mar. “Imagina uma mulher feliz. Já chorei, já mergulhei, já fiz de tudo. Espero que isso marque o fim da pandemia e do isolamento”, disse Eliana. 

Praia de Pitangueiras ficou cheia na manhã deste sábado Foto: Felipe Rau/Estadão

O casal Isabela Cunha, de 18 anos, e Leonardo Vitor Gonçalves, de 21 anos, saíram de Pedreira, no interior de São Paulo, para curtir um 7 de setembro sem preocupações. “A gente ficou quase um ano trancado em casa. Agora que liberou um pouco, estou achando tudo maravilhoso”, disse Cunha. “Acho que sol mesmo só no domingo, mas pra quem estava em casa isso está mais do que bom”, falou Leonardo.

A analista de sistemas Stephane Carmo de Almeida, de 26 anos, era uma das poucas que corria na beira da praia de Pitangueiras com uma máscara no rosto. “É importante não relaxar em relação à pandemia. Infelizmente parece que as pessoas esqueceram um pouco do que ainda estamos vivendo", comentou. 

Os moradores do Guarujá tinham sentimentos conflitantes em relação ao feriado de 7 de setembro. “Pra quem mora aqui nunca é muito bom. A praia fica lotada, música alta…Mas se você pensar pelo lado do comércio, vai ser muito bom”, disse Clélia Naufl, de 67 anos. Sobre a falta de máscara no rosto de muitas pessoas, o médico Eduardo Naufl, de 73 anos, garantiu que em espaços fechados ainda existe cuidado às normas sanitárias. "Mas ao ar livre já nos sentimos mais seguros”, falou. 

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A também moradora Adriana Esper, de 55 anos, afirmou que esperava uma situação mais complicada e a cidade mais cheia. “Seria pior se o sol tivesse aparecido com força. Pra quem mora aqui, aglomeração nunca é o ideal, mas faz parte da nossa realidade também”, comentou. 

Em nota, a prefeitura do Guarujá disse que o município conta com o "bom senso de moradores a respeito da manutenção das medidas profiláticas para evitar a disseminação da covid-19". "Segue obrigatório o uso de máscara de proteção, bem como a recomendação de evitar aglomerações e manter as mãos sempre higienizadas. A cidade manterá as ações preventivas e costumeiras de fiscalização a todos os segmentos do comércio durante todo o feriado prolongado de Independência."

Rio tem praias cheias 

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No primeiro dia do feriadão de 7 de setembro, os cariocas foram à praia em um dia de sol forte. A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) do Rio informou ter registrado apenas três infrações sanitárias, neste sábado, 4, que classificou como "tranquilo". 

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Este é o segundo fim de semana e primeiro feriado desde que foi iniciada a Operação Verão, em 26 de agosto. Ela foi criada pela prefeitura carioca para coibir aglomerações e episódios de violência na saída das praias. Neste sábado, a guarda municipal acabou com um churrasco na areia de Copacabana, na zona sul da cidade, e recolheu seis coletes que estavam sendo usados por flanelinhas.

Já a Polícia Militar informou ter detido um homem em Ipanema e outro no Leblon, com objetos furtados. Com o segundo foram encontrados seis celulares, uma caixa de som, um fone de ouvido e uma máquina de cartão de crédito. 

As aglomerações nas praias acontecem enquanto as estatísticas da pandemia de covid-19 continuam ruins. Em todo Estado, 164 pessoas morreram nas últimas 24 horas, e mais 2.263 foram contaminadas. Apenas na cidade do Rio, o número de óbitos chegou 32.360, 84 nas últimas 24 horas. /COLABOROU FERNANDA NUNES

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