Com licitação, SP terá mais 48 linhas de ônibus

Plano preliminar da SPTrans ainda prevê alterações de ao menos 30 itinerários, reduzindo sobretudo ligações diretas entre bairro e centro

PUBLICIDADE

Por Bruno Ribeiro
Atualização:

SÃO PAULO - A São Paulo Transporte (SPTrans) divulgou um estudo preliminar da nova organização de linhas de ônibus da capital. O esquema vai valer para a licitação do sistema de transporte da cidade, que vai contratar novas empresas para operar as linhas. O plano acrescenta 48 linhas menores em São Paulo, mas altera o trajeto de pelo menos 30 dos atuais itinerários.

PUBLICIDADE

Conforme o Estado informou em março deste ano, o plano da gestão Fernando Haddad (PT) altera de duas para quatro as subdivisões do sistema de transporte da cidade.

O estudo preliminar reduz a quantidade de linhas que fazem a ligação direta entre bairros e o centro, mas aumenta a ligação entre bairros. O esboço confirma tendências já apresentadas por técnicos da SPTrans, como as de que os corredores de ônibus passariam a ser utilizados por veículos maiores – os chamados biarticulados – e os passageiros teriam de fazer mais conexões para cumprir seus atuais roteiros de viagem.

Futuro. Estimada em R$ 120 bilhões, licitação definirá regras para os próximos 20 anos Foto: Rafael Arbex/ ESTADAO

As novas redes são de quatro tipos. As radiais vão interligar bairros sem passar pelo centro. As perimetrais farão a ligação dos bairros em trajetos que passarão pelo centro. Já as de articulação terão a função de conectar bairros vizinhos e, por fim, as distribuidoras vão usar ruas mais estreitas em regiões mais difíceis para os coletivos. 

Hoje, existem apenas as subdivisões estrutural – operada por coletivos maiores e grandes empresas do ramo – e local. Esta última tem lotações gerenciadas por empresas formadas a partir de cooperativas. 

O esboço do plano foi publicado na quinta-feira, 28. Há ainda uma subdivisão da cidade em 21 áreas, contra as atuais nove.

Há uma semana, o secretário municipal de Transporte, Jilmar Tatto, adiantou, à Rádio Estadão, que haveria ainda uma divisão temporal entre as redes. São Paulo terá uma rede noturna e outra nos fins de semana, assim como haverá uma rede nos horários de pico. Essa divisão está no material divulgado. 

Publicidade

Polêmicas. A licitação está estimada em ao menos R$ 120 bilhões, por um prazo de 20 anos. A promessa da Prefeitura era de que o edital da licitação fosse lançado ainda neste mês, com o término do processo marcado para o mês que vem.

A licitação é feita em meio a suspeitas por parte dos Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores do Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindimotoristas) de que o novo processo cortará o número de postos de trabalho, uma vez que ele prevê a redução de veículos em circulação.

Há suspeitas também do Ministério Público Estadual (MPE) de que as atuais cooperativas do sistema, já transformadas em empresas formais, poderiam ser beneficiadas durante a concorrência. A Prefeitura nega.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.