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Com greve da Guarda Civil, Kassab pode recorrer à PM

Na terça, primeiro dia da paralisação, o combate aos camelôs e as rondas escolares foram prejudicados

Por Cristiane Bomfim , Mônica Cardoso , Jornal da Tarde e O Estado de S. Paulo
Atualização:

Camelôs tomam conta das calçadas e até de uma pista na Rua 25 de Março. Foto: Sérgio Neves/AE

 

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, informou que a Secretaria Estadual de Segurança Pública, por meio da PM, ofereceu apoio no caso de eventual necessidade de uso da força policial na capital. "Se entendermos que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) não está agindo, vamos pedir a colaboração da Polícia Militar, que se colocou à disposição da Prefeitura." Ontem, no primeiro dia de paralisação da GCM, a fiscalização do comércio ambulante irregular no centro e a ronda escolar ficaram prejudicados e o governo pediu que se decretasse a ilegalidade da greve. .Camelôs sem a autorização da Prefeitura para trabalhar nas ruas - o chamado Termo de Permissão de Uso (TPU) - tiveram uma terça-feira tranquila. Na Rua 12 de Outubro, na Lapa, os fiscais da administração municipal passaram o dia com as mãos no bolso e batendo papo. O veículo para carregar as mercadorias apreendidas permanecia vazio até as 17h30. "Sem a GCM para nos proteger não tem como trabalhar", afirmou um dos fiscais, que preferiu não se identificar. "Fica muito difícil chegar para o camelô irregular e falar que os produtos vão ser apreendidos. E se o cara disser não? Saio correndo?"Na região da Rua 25 de Março, a presença de alguns guardas-civis não inibiu o trabalho dos ambulantes. "Eles estão aqui mas é como se não estivessem. Ficam circulando, mas não atrapalham", explicou o camelô João da Silva, de 30 anos. Encostado em uma viatura, na esquina da 25 de Março, um guarda, que não se identificou, explicou. "A greve vai até recebermos aumento. Estou apenas cumprindo a lei de greve."A Lei nº 7.783/1989 determina que em casos de serviços essenciais, como a GCM, deve ser mantido o mínimo do efetivo nos postos de trabalho. De acordo com o presidente do Sindicato dos Guardas Civis Metropolitanos da Cidade de São Paulo (SindGuardas), Carlos Augusto Sousa Silva, a adesão à greve foi de 70% do efetivo escalado para trabalhar no plantão do dia. Segundo ele, 404 servidores deixaram de trabalhar. "Mas estamos tendo dificuldades em apurar os números porque alguns responsáveis pelos comandos não estão passando as informações."Já Kassab ressaltou que o "número de grevistas é bastante inferior ao que está sendo divulgado e não chega a 10% do total do efetivo". O prefeito também não sinalizou com nenhum possível aumento nem gratificação para a categoria. "Eu tenho dito ao longo da semana que existem os momentos adequados e as formas corretas de negociação salarial." Ele voltou a afirmar que a greve é ilegal e vai adotar as medidas cabíveis para responsabilizar os grevistas. EscolasO Estado percorreu ontem dez escolas municipais, nas zonas norte e sul da capital, onde a GCM realiza rondas escolares. Desse total, os policiais visitaram apenas duas, seis não receberam a ronda e duas se recusaram a responder. As escolas mantêm um caderno de anotações sobre as rondas da GCM. A ronda não foi feita, por exemplo, na Escola Tenente Aviador, na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte, onde os policiais costumam ficar na porta ou dentro da própria escola. Pela Escola Plínio Ayrosa, na Freguesia do Ó, zona norte, os policiais não passam desde a sexta-feira da semana passada.

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