Com fim da 30ª Bienal, mostra passará por oito cidades
Responsável pela instituição diz que, apesar da queda de público, houve crescimento das visitas espontâneas
Entrevista com
Entrevista com
11 de dezembro de 2012 | 02h04
Encerrada a 30.ª Bienal de São Paulo com a marca de 520 mil visitantes desde 7 de setembro, o desafio da Fundação Bienal de São Paulo será agora o de realizar os projetos de 2013, como a itinerância da mostra por oito cidades brasileiras, a representação do Brasil na 55.ª Bienal de Veneza e uma grande mostra de arte brasileira, "provavelmente" no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Ibirapuera.
Oficialmente, a instituição ainda não está com suas contas totalmente desbloqueadas. O problema começou em janeiro, quando a Controladoria Geral da União (CGU) questionou convênios firmados pela entidade entre 1999 e 2007. O Ministério da Cultura (MinC) trabalha com a fundação na análise e na apuração dos problemas. O objetivo é chegar a uma "solução estável" para a instituição.
"A gente imagina que deva ser resolvido no começo do ano que vem", afirmou Heitor Martins, diretor-presidente da Fundação Bienal de São Paulo desde 2009 e cujo mandato termina em fevereiro.
O conselho da instituição vai eleger em janeiro o próximo dirigente da Bienal. "Estou tranquilo quanto à sucessão", disse Martins ao Estado.
Qual sua opinião sobre a visitação da 30.ª Bienal. O público de 520 mil pessoas foi menor do que o da edição anterior, de 2010, que teve 535 mil visitantes.
Achei muito bom o número. Ele tem uma característica que é um crescimento expressivo de visitantes espontâneos, o que mostra a capacidade da Bienal de atrair público e reflete a qualidade da mostra. Ficou um pouco abaixo do registrado na 29.ª Bienal, mas isso era esperado, já que o programa educativo foi menor. No começo do ano, tivemos os problemas com o Ministério da Cultura e não conseguimos lançar o programa educativo a tempo.
Já que mencionou o Ministério da Cultura, como está a negociação para o desbloqueio efetivo das contas da Fundação Bienal?
A ministra Marta (Suplicy) manifestou publicamente a intenção do ministério de buscar uma solução estável para essa questão do passado da Bienal. Estamos trabalhando com eles no sentido de equacionar e entender exatamente a natureza desses convênios, de 1999 a 2007. A gente imagina que deva conseguir resolver no começo do ano que vem. Ainda não foi resolvido, mas será. Estamos em um clima de colaboração muito bom com o ministério.
Mas como ficam os projetos da instituição para o ano que vem se a Bienal não puder ser a proponente de suas atividades até o problema com o Ministério da Cultura ser resolvido?
O ano de 2013 está equacionado porque as atividades estão no programa da 30.ª Bienal, como as itinerâncias e outras atividades comemorativas dos 60 anos da Bienal. As itinerâncias começam em janeiro (dia 16) em Belo Horizonte. Depois, seguem para Juiz de Fora e outras cidades paulistas (duas unidades da Faap no interior e nas unidades Sesc em Bauru, Campinas, Araraquara e Rio Preto).
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.