
22 de maio de 2013 | 02h00
Reuniões de emergência estão sendo feitas por videoconferência para acompanhar a situação. Participam dos encontros integrantes do Ministério da Saúde e da secretaria estadual. A estratégia prevê três frentes: ampliar pontos de distribuição do oseltamivir (remédio indicado contra a doença), reforçar com médicos, incluindo os de planos de saúde, a necessidade de seguir o protocolo de tratamento e orientar a população a buscar atendimento.
"Estamos enfrentando um surto. Não será surpresa se houver aumento de casos", reconheceu o coordenador do Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde, Marcos Boulos. Ele reforça a necessidade de a população não esperar para procurar ajuda. "O remédio é bastante eficaz, mas deve começar a ser tomado nas primeiras 48 horas do aparecimento dos sintomas."
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que ainda não há como estabelecer as causas do aumento de casos em São Paulo. Uma das hipóteses é a de que o Estado enfrente neste ano fenômeno ocorrido no Sul em 2012 - um aumento da circulação do vírus, que afeta principalmente não vacinados. "No Rio Grande do Sul, 65% dos óbitos foram de pessoas que deveriam ter sido vacinadas. Das mortes, só 4% tomaram oseltamivir nas primeiras 24 horas."
A Campanha Nacional de Vacinação contra gripe começou em 15 de abril e terminou no dia 10. Em São Paulo, a imunização foi prorrogada até o dia 29. A cobertura vacinal até agora foi de 85,7%. Padilha informou que, quando a campanha começou, já havia registro de mortes em São Paulo. Isso, no entanto, não indica que a imunização tenha começado tardiamente. "A vacina tem um pico de efeito protetor. O cálculo é feito para que esse período coincida com o pico do inverno." Maierovitch observa que a campanha deste ano foi antecipada em relação aos anos anteriores. "Mas neste ano a epidemia começou mais cedo." Questionado se o aumento de casos seria fruto de falha no atendimento, Padilha afirmou: "Só uma investigação detalhada poderá dizer as causas."
Estoque. A mortalidade por H1N1 é de 16% no Estado - índice considerado alto pelo governo federal. Boulos avalia que parte desse indicador é fruto da falta de procura por atendimento. Segundo ele, o Estado tem estoque suficiente do remédio.
Não há intenção de estender a vacinação a grupos além dos prioritários: gestante, mulher até 45 dias após o parto, idoso, menor de 2 anos, trabalhador da saúde e doente crônico.
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