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Com 80% do acervo renovado, Museu da Língua Portuguesa pode cobrar ingresso médio de R$ 20

Unidade, que pegou fogo em 2015, deve ser reaberta em junho do ano que vem; unidade ainda terá entrada gratuita aos sábados

Por Felipe Resk
Atualização:

SÃO PAULO - Fechado desde o incêndio de grandes proporções que destruiu a maior parte da estrutura e matou uma pessoa em 2015, o Museu da Língua Portuguesa, no centro de São Paulo, vai reabrir as portas no dia 25 de junho do ano que vem, com cerca de 80% do acervo renovado. Para os ingressos, a gestão João Doria (PSDB) quer implementar um sistema por demanda - mais caro em dias de maior movimento e mais barato nos outros - e estima o valor médio de R$ 20.

Relógio. Torre foi uma das estruturas destruídas pelo fogo em 2015; concluídas ontem, obras custaram R$ 81,4 milhões Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

Concluídas nesta segunda-feira, 16, após quatro anos em curso, as obras custaram R$ 81,4 milhões. A maior parte do valor é da indenização do seguro contra incêndio (R$ 34 mi) e de empresas privadas. O investimento inclui prevenção e combate a incêndio, como sistema de sprinklers (chuveiros automáticos). Entre as novidades, vai funcionar um café no último andar: um terraço a céu aberto com vista para a Pinacoteca, o Parque da Luz e a Cracolândia. Também está previsto acesso direto à Estação da Luz, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), e uma esplanada, próximo do portão 4, que deve servir a eventos que aumentem a receita do Museu.

Por dentro. A 1ª mostra está indefinida; OS cuidará do local Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

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Nos próximos seis meses, o espaço continuará fechado para acabamento da obra, organização do acervo e ajustes de questões administrativas. Equipamentos de iluminação e de ar-condicionado também serão instalados nesse período. “Todos os que estão envolvidos vão cumprir este prazo para que, no dia 25 de junho, portanto até a metade do ano que vem, o museu possa estar novamente entregue à população”, disse Doria, durante o anúncio. Nesse dia, a ideia do governo é convidar todos os presidentes de países lusófonos e realizar uma festa de inauguração. Em seguida, será a vez de trabalhadores da obra e de professores de Português conhecerem o espaço. Só no dia 27, um sábado, é que o acesso será liberado para o público em geral. Na ocasião, a entrada será franca. O museu funcionará de terça a domingo. A gestão Doria estima público de 600 mil pessoas no primeiro ano da reinauguração. Durante os dez anos que ficou aberto, o Museu da Língua Portuguesa recebeu cerca de 4 milhões de visitas.

Gestão Doria pretende alugar espaço para eventos

O governo anunciou, ainda, a abertura do processo para escolher a Organização Social (OS) que ficará responsável por administrar o museu - modelo adotado na maioria dos equipamentos culturais de São Paulo. As inscrições se encerram no fim de janeiro. A primeira exposição após o incêndio ainda não está definida. “A atração principal vai ser o acervo, que é 80% novo”, afirmou o secretário estadual de Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão. “Procuramos manter, atualizar e aperfeiçoar as atrações que eram mais visitadas.” Segundo Doria, houve cuidado em modernizar a tecnologia - com telas e projetores novos - e preservar a principal “marca” do lugar: a interatividade. “Será ainda mais interativo, porque isso cativa as pessoas, crianças, jovens e adultos." Já em relação ao conteúdo, a gestão aposta em explorar mais a “presença global” do idioma. Uma das instalações previstas vai mostrar as diferentes pronúncias em Português. Para aumentar a receita do Museu, a gestão Doria pretende, entre as estratégias, alugar espaços para eventos e lançar produtos licenciados. "Para custeio e manutenção serão usados recursos orçamentários e também receitas próprias, com captação de recursos de patrocinadores e por aí vai", disse Sá Leitão."A ideia é que possamos ter, progressivamente, menos recursos do Estado e mais de outras fontes."

Professores e policiais terão entrada livre; entrada será gratuita aos sábados

Outra fonte será a venda de entradas. Segundo o secretário, o governo trabalha com a hipótese de cobrar o valor médio de R$ 20, mas o preço deve variar de acordo com o dia e a categoria do público. Em 2015, os bilhetes custavam R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia). Policiais e professores fazem parte do grupo que terá entrada livre. Já os estudante pagam meia. Aos sábados, a entrada será gratuita para todos, assim como no modelo anterior. "A vantagem de não fixar um valor único é poder fazer uma política de preço considerando os dias que enchem mais e os que enchem menos, para tentar distribuir melhor o público", afirmou Sá Leitão. "É natural que domingo seja o dia que atraia mais gente: pode fazer um preço um pouco mais alto, e diminuir durante a semana." Segundo ele, o valor representa uma estimativa, já que a definição dependerá das OSs interessadas no Museu. "Não significa que esse é o preço da inteira ou da meia. No final das contas, considerando os dias e as categorias, vai dar cerca de R$ 20 por ingresso", disse. Para definir o preço, o governo depende, ainda, das propostas das OSs interessadas em administrar o Museu. "Parte do processo é um plano de sustentabilidade. Cada concorrente vai apresentar uma proposta de preço."

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