Com 1,2 bilhão de litros a menos, Cantareira continua em queda

Medição da Sabesp diz que nível do sistema caiu para 26,2% nesta terça-feira, enquanto comitê anticrise aponta índice de 22,1% da capacidade com o 'volume morto'

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Por Fabio Leite
Atualização:

SÃO PAULO - O Sistema Cantareira perdeu 1,23 bilhão de litros em um dia e registrou nesta terça-feira, 20, queda de 0,1 ponto porcentual no nível de armazenamento com o uso do "volume morto" - reserva profunda das represas. Segundo medição feita pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o manancial está com 26,2% da capacidade. Já o comitê anticrise que monitora a estiagem dos reservatórios aponta índice de 22,1%.

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Conforme o Estado revelou nessa segunda-feira, a diferença ocorre porque o comitê, que é liderado pela Agência Nacional de Águas (ANA), do governo federal, leva em consideração em seus cálculos que o uso de 182,5 bilhões de litros do "volume morto" também eleva a capacidade total do Cantareira, de 981,56 bilhões de litros para 1,164 trilhão de litros. Já a Sabesp não considera que a reserva profunda tenha aumentado a capacidade do sistema. Desta forma, há uma diferença de 15,6% entre os índices divulgados, ou 4,1 pontos porcentuais.

Na prática, as duas medições consideram que há o mesmo volume de água disponível nas represas para abastecer a Grande São Paulo e a região de Campinas. Nesta terça-feira, são 256,7 bilhões de litros, 1,23 bilhão a menos do que a quantidade registrada segunda-feira: 257,9 bilhões de litros. Segundo o diretor de relações com investidores da Sabesp, Rui Affonso, o volume morto é suficiente para garantir o abastecimento até outubro, quando começa a temporada de chuvas.

Antes do início da retirada de água da reserva profunda, na quinta-feira, 15, o Cantareira registrava 8,2% da capacidade, índice mais baixo de sua história. Sem considerar o volume morto, o nível do sistema nesta terça-feira está em 7,6%, segundo boletim diário do comitê anticrise. Ainda nesta terça, a ANA e o Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), do governo paulista, devem divulgar o novo limite máximo de retirada de água do manancial pela Sabesp para abastecer a Grande São Paulo. A tendência é de que haja uma redução, já que a seca se agravou em maio.  

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