Coleta subterrânea vai ser estendida

Modelo que utiliza contêineres instalados debaixo da calçada já funciona em três endereços e será levado a outros 27 até dezembro

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Por Adriana Ferraz - O Estado de S. Paulo
Atualização:

SÃO PAULO - A tampa abre e o saco de lixo cai a 3 metros de profundidade. A sujeira some da calçada, sem deixar vestígio nem cheiro, e ainda reduz o número de viagens do caminhão da coleta. Em três endereços da capital, essa realidade faz parte do cotidiano de moradores e comerciantes e até dezembro deve chegar a outras 27 localidades. O sistema subterrâneo está em testes, mas já agrada.

Nas ruas, só dá para ver a lixeira. Instalada debaixo da calçada, a coleta é acionada por um cartão magnético. Basta aproximá-lo do sensor para ter acesso ao contêiner, com capacidade para até 20 toneladas. Totalmente velado, pode ser usado a qualquer hora do dia e da noite.

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Mas o acesso é restrito. Apenas usuários cadastrados como participantes do projeto têm autorização para abrir e "carregar" os contêineres. Os cartões são pessoais e intransferíveis e servem apenas para o recipiente cadastrado.

Instalado de forma pioneira para atender 150 famílias de um conjunto habitacional em Parada de Taipas, na zona norte, o modelo está em uso também no Mercado Municipal e na Avenida Rebouças. Em outubro, será levado a uma comunidade carente do Jaguaré, na zona oeste. Depois, deve seguir para os Jardins, bairro da zona sul que já dispõe de contêineres de superfície para acondicionar o lixo.

O sistema de coleta mecanizada - seja ele subterrâneo ou de superfície - tende a crescer. Previsto em contrato, deverá ter capacidade para armazenar no mínimo 165 mil toneladas de lixo até o fim de 2019. Segundo a Loga, concessionária responsável pelos testes, os dois modelos têm capacidade para fazer a seleção de lixo orgânico e reciclável.

Por enquanto, os recipientes subterrâneos maiores, chamados de bigtainer, não oferecem a opção de separar o material reciclável. Os menores, classificados como sidetainer, já são fabricados para isso, com dois recipientes individuais. Em São Paulo, estão instalados na Avenida Rebouças (leia mais abaixo). Nas próximas etapas do projeto, haverá a possibilidade de ofertar recipientes específicos para papel, plástico, vidro e metal.

Cheiro. Quem tem acesso ao sistema aprova a inovação. "O cheiro ruim diminui muito quando jogamos o saco lá embaixo", diz o lixeiro Dalso da Silva, de 56 anos. Funcionário da Loga, ele controla o bigtainer instalado no Mercadão. "Ajudo os funcionários da limpeza. Mostro o que pode e o que não pode entrar lá", explica.

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Quando atinge 80% de capacidade, o recipiente é retirado e um outro limpo é colocado em seu lugar. Segundo o diretor-presidente da Loga, Luiz Gonzaga Alves Pereira, um chip celular controla esse limite de armazenagem e já programa a troca.

"O sistema informa o volume e emite o alerta, que dá início ao processo de coleta. São utilizados caminhões especiais. Eles mesmos transportam um compactador vazio até o local e executam a troca", afirma. O projeto-piloto já consumiu R$ 12 milhões em investimentos. A Loga, porém, não revela o valor de cada instalação.

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