
02 de outubro de 2011 | 03h01
A questão do lixo está começando a ser enfrentada, mas o problema do esgoto não melhorou nada em um ano de UPP Social. "A Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) ainda não tem a cultura de olhar as favelas", afirma Henriques.
A Cedae informou que convênio firmado com a prefeitura em 2007 estabelece que esgoto é atribuição do município. No entanto, a companhia reconhece que está em discussão um acordo para retomar essa responsabilidade - o projeto começaria em favelas pacificadas. Falta, porém, o "ajuste fino". Nada foi assinado ainda.
Para Henriques, acabou o período da ineficiência, da falta de integração entre órgãos públicos e do clientelismo nas favelas, mas "achar que a eficiência da máquina pública terá a mesma velocidade da gestão privada é ingenuidade ou má-fé". Ele argumenta que construir de forma participativa demora mais tempo para começar, mas é mais fácil de dar certo. "Estamos planejando e fazendo passo a passo, com estabelecimento de pontos críticos e gargalos, definição de metas. O aprendizado faz com que os passos seguintes sejam mais rápidos", avalia. Segundo ele, não adianta impor regras e achar que basta.
"Dá trabalho, mas esse tempo hoje é da eficiência e não da ineficiência. Leva tempo para dar retorno." O presidente do IPP cita como exemplos de medidas que foram rápidas o ordenamento do trânsito e ações de ordem pública como a retirada de carcaças de carros no Morro do Borel e a solução de conflitos para regularizar o baile funk no Turano.
Para o secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório, a questão do lixo "é um desafio e sempre será". "Reconhecemos que não está ideal, mas estamos tentando nos organizar. Temos recursos liberados para todas as UPPs, mas é um processo demorado. Temos de fazer licitação, construir bases. Em meados de 2012 estaremos bem mais avançados." / F.W. e M.V.
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