Colégios criam soluções para diminuir o congestionamento em suas portas

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Por Luisa Alcalde , Tiago Dantas e JORNAL DA TARDE
Atualização:

Colégios da capital estão tentando diminuir os transtornos causados no trânsito pelo embarque e desembarque de alunos. Entre as medidas, estão convênios firmados com estacionamentos particulares, criação de vias internas, mudanças no fluxo de entrada e saída dos prédios e alterações nos horários de estudantes de turnos diferentes.De 127 escolas monitoradas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), 18 figuram em uma lista como as maiores causadoras de impacto no trânsito. Parar em fila dupla e estacionar em local proibido são considerados alguns dos principais erros cometidos pelos pais. Essas práticas causam pequenos congestionamentos no entorno dos colégios. De janeiro a abril, 10.421 motoristas foram multados por estacionar em fila dupla. No mesmo período do ano passado, foram 10.251 autuações desse tipo, de acordo com a CET.O Colégio Marista Arquidiocesano, na Vila Mariana, zona sul, responsável pelo deslocamento de cerca de 1.800 veículos na entrada e saída das aulas, firmou convênio no segundo semestre do ano passado com o Shopping Santa Cruz para viabilizar vagas de estacionamento para pais de alunos a preços mais baratos. Uma hora de parada custa R$ 2 aos pais - frequentadores do shopping pagam R$ 8 por três horas.Chico Sedrez, diretor-geral do colégio, diz que 250 famílias já usam essa alternativa com regularidade. "Às vezes uso o estacionamento do shopping. Mas para o dia a dia é inviável porque a operação é mais demorada", afirma o designer gráfico Marcelo Rangel, de 34 anos, pai de dois alunos. Com duas filhas pequenas, o médico Mauro Siqueira, de 46 anos, também prefere deixá-las na porta do colégio para acompanhar a entrada. O Arquidiocesano fez baias nas ruas onde estão seus portões para facilitar o embarque e desembarque e treinou porteiros. No Colégio Santa Maria, no Jardim Marajoara, zona sul, a entrada dos alunos já é feita dentro da escola, por segurança. O estabelecimento abriu mais um portão e modificou o fluxo de um dos prédios para uma rua menos movimentada.As medidas diminuíram em cerca de 10 minutos a fila de espera de veículos. O local de entrada das vans escolares também foi modificado. Hoje elas param logo após o estacionamento da entrada, ao lado do campo de futebol, o que possibilita um acréscimo de 25 carros dentro do colégio - antes eles ficavam na rua.O Colégio São Luís, na região da Avenida Paulista, também conta com uma via interna aberta na entrada e na saída de alunos para facilitar o fluxo de veículos. Os carros entram pela Rua Bela Cintra e saem pela Rua Haddock Lobo. Para amenizar o fluxo, alunos têm horários de entrada e saída diferentes de acordo com a série. O intervalo entre os horários de saída do período da manhã e de entrada da tarde foi modificado no Colégio Dante Alighieri, na Alameda Jaú, nos Jardins. Segundo o departamento de marketing da escola, houve uma ampliação de 20 minutos - a saída da manhã ocorre às 12h35 e a entrada da tarde, às 13h25. Para diminuir os carros parados na porta do colégio, pais à tarde podem entrar de carro no pátio interno e desembarcar alunos da Educação Infantil.Impacto. O consultor de engenharia de tráfego Flamínio Fischmann concorda que as escolas devem buscar alternativas para reduzir o impacto no trânsito. "Hoje em dia todo mundo vai à escola de carro. Por isso, acho que os colégios poderiam preparar projetos profissionais para reduzir o impacto no trânsito. A CET, então, analisaria esses projetos", opina. Segundo ele, a construção de vias internas para embarque e desembarque de alunos é a medida mais eficiente.

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