
27 de abril de 2010 | 00h00
Em 1968, tinha completado o curso da Aliança Francesa em 1º lugar no País, e ganhei uma bolsa na França, adiada até a minha formatura, por eu ser muito jovem. Passar quatro anos sabendo que ia para Paris era bom, mas parecia tornar tudo provisório. A bolsa era de nove meses. Fiquei três anos e meio. Até pouco tempo atrás, ainda dividia minha vida entre antes e depois da França!
Queria saber sobre o ser humano. Lia sociologia, história, psicanálise, teoria política, acreditando que o mundo podia se consertar. Não acho mais que isso seja viável em curto prazo. Há pouco tempo, tive a sensação de que talvez não veja um Brasil sem corrupção, sem injustiça. Esses flagelos diminuíram muito, mas até acabarem vai-se exigir muito, sobretudo que as pessoas parem de brigar, como vejo entre PT e PSDB, às vezes mais pelos meios do que pelos fins, mais pela vaidade do que pelos valores.
Hoje creio que sei bastante do que queria aprender. O que gostaria não é tanto que o mundo saiba mais, mas que consigamos agir do jeito que consideramos certo. Sabemos que a vaidade e a ganância não são boas. Mas por que continuam tão poderosas? Sabemos o que não traz a felicidade. Por que, então, continuamos fazendo o que não a traz?"
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