Cohab vai ter elevador contra vandalismo

Modelos mais resistentes devem diminuir custos com a manutenção; prédio no centro vai receber os primeiros

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Por Paulo Saldaña
Atualização:

A Prefeitura de São Paulo foi à Europa encontrar a tecnologia de um elevador para equipar os prédios de habitação popular do município. O modelo, chamado de HIS, de fabricação espanhola, é quase um Robocop dos elevadores. Com estrutura antivandalismo, tem portas e botões reforçados, teto fixo e paredes de aço resistentes a fogo e faca. Os primeiros modelos do HIS vão equipar o Edifício Riachuelo, no centro, substituindo os elevadores convencionais do local. Em 2008, o prédio foi transformado em habitação popular e passou a abrigar 120 famílias. A primeira licitação dos elevadores deve ser iniciada em dois meses. Depois do Riachuelo, o próximo a receber o aparelho será o conjunto habitacional do Jardim Edite, na zona sul. Localizado na Avenida Roberto Marinho, este será o primeiro projeto da Prefeitura já erguido com mais de cinco andares. Terá 12, mais o térreo, e deve ficar pronto em 2012. Na sequência, serão contemplados os empreendimentos feitos em parceria com o Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Em análise no Congresso Nacional, o novo texto do programa prevê a construção de prédios mais altos. Como o Município já havia definido verticalizar os projetos habitacionais, a Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab) foi atrás de um equipamento resistente e que diminuísse os custos de manutenção. O elevador provoca gasto considerado alto para o público de baixa renda e sempre foi o entrave para conjuntos habitacionais populares com mais de cinco andares. Segundo a diretora técnica da Cohab, Hisae Gunji, a maior resistência dos equipamentos é preponderante para diminuir gastos com manutenção. "Temos empreendimentos com elevadores que estão com problemas. Fomos verificar e é sempre por mau uso. Os moradores quebram portas, arrancam botões e usam com excesso de carga." Os equipamentos terão garantia de manutenção nos cinco primeiros anos de uso. A Prefeitura acredita que, com campanhas educativas e a melhora na qualidade de vida, os moradores passarão a fazer uso consciente e se tornarão capazes de arcar com a manutenção. Segundo Hisae, um elevador eleva em cerca de R$ 25 o valor do condomínio do prédio, que custa cerca de R$ 50 para cada morador. A Cohab ainda não sabe quanto vai gastar com o equipamento, mas, segundo a Secretaria Municipal de Habitação, o aparelho fica em R$ 150 mil - se usado em prédios com 13 paradas.

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