Para Celso Vergueiro, diretor de comunicação do Paulistano, é uma questão de respeito às normas do clube. "Os conselheiros acharam por bem respeitar seu estatuto", diz. Vergueiro lembra que as leis do País também não reconhecem a união. "O código civil não prevê união entre indivíduos do mesmo sexo, e ninguém está acima dele." Segundo ele, se a legislação mudar, o estatuto será adaptado.
Localizado no Jardim América, área nobre da capital paulista, o Paulistano é um dos mais tradicionais e restritos clubes da cidade. O quadro de associados é composto por 25 mil pessoas "de alto poder aquisitivo." O local é descrito como uma "ilha de tranquilidade, monitorada eletronicamente de maneira ininterrupta". A exclusividade custa caro: para alguém de fora se tornar sócio, é preciso desembolsar R$ 185 mil e ter indicações de membros associados há mais de dez anos.
Justiça. O médico já pensa em recorrer nos tribunais. "Mas primeiro preciso receber a negativa do clube, só fiquei sabendo por um aviso no mural. Vou ouvir a opinião de juristas", afirma. "Minha questão primordial é: que lei me protege? Sou igual ao meu colega, que pode levar uma concubina, não precisa nem estar casado."
Apesar do embate, ele diz que não vai deixar de frequentar o Paulistano. "Adoro o clube, vou frequentá-lo até os últimos dias da minha vida. Quero o direito de levar meu marido como levo meus filhos."