
10 de junho de 2012 | 03h00
Bonachões, elegantes, virtuosos, dionisíacos: os Clayton Brothers, que abriram a segunda noite do BMW Jazz Festival, na Via Funchal, na noite de ontem, não podiam ser melhor companhia para o sábado frio de São Paulo.
O quinteto iniciou o show com Cha Cha Charleston, uma peça composta pelo contrabaixista John Clayton, que ele definiu como uma combinação das duas danças do título, o cha cha cha e o charleston. Nesse ritmo prosseguiu o show, mesclando o estilo clássico dos irmãos John e Jeff e a inquietação dos young lions Gerald Clayton e Obed Calvaire.
Antes de tocar uma bossa nova de sua autoria, John chamou a atenção para a familiaridade que o ritmo despertaria na plateia, além da simbiose entre seu irmão ("minha sogra", ele brincou) e o trompetista Terrell Stafford. "Obrigado por ouvirem a música do Brasil e da América do Sul que nós chamamos de jazz", disse Jeff Clayton.
O quinteto encerrou com a composição Jones Brothers, uma homenagem dos irmãos Clayton a mestres do ritmo como Elvin Jones e Hank Jones. Foi a conversão definitiva da plateia, que terminou aplaudindo de pé.
Estreia. Um impecável concerto acústico de Chick Corea (piano), Stanley Clarke (contrabaixo) e Lenny White (bateria) coroou anteontem a primeira noite do festival. Versátil e imprevisível, o trio, que é base do lendário grupo Return to Forever, deu uma aula de musicalidade. Antes deles, a dupla de acordeonistas brasileiros Toninho Ferragutti e Bebê Kramer recebeu Adelson Alves e Gabriel Levy.
O festival termina hoje com Darcy James Argue's Secret Society, Ninety Miles e Charles Lloyd Quartet, a partir das 20h30 na Via Funchal. Às 17 horas, com entrada franca no Auditório Ibirapuera, tocam The Clayton Brothers e o saxofonista Maceo Parker, com Fred Wesley e Pee Wee Ellis./COLABOROU LAURO LISBOA GARCIA, ESPECIAL PARA O ESTADO
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