Cirurgia é adiada e paciente protesta na porta do hospital

Após aposentado ficar só de avental na frente da Santa Casa de Goiânia, o próprio diretor clínico da unidade fez a operação

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Por Rubens Santos e GOIÂNIA
Atualização:

O aposentado Paulo Francisco Emídio, de 56 anos, já estava de avental e soro no braço, preparado para a cirurgia de retirada de cálculo no ureter, anteontem, na Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, quando os médicos disseram que a operação não seria feita. Era a terceira vez que o procedimento era adiado. Nervoso, com fortes dores e em jejum havia 24 horas, Emídio resolveu ir para a porta do hospital para protestar contra o que chamou de negligência."Vim de longe e esperei muitos dias pela cirurgia que eles marcaram e cancelaram pela terceira vez", reclamou Emídio, morador de Nova Iguaçu de Goiás, a 346 quilômetros de Goiânia. "Pois agora o médico e o hospital me devem desculpas", disse o paciente do Sistema Único de Saúde (SUS).O corpo clínico explicou a Emídio que um aparelho necessário para realizar a cirurgia não estava disponível. Mas o protesto do paciente deu resultado. Ontem de manhã, ele foi operado (com outra técnica, sem precisar do equipamento) pelo próprio diretor clínico da Santa Casa, o urologista José Dias.Na intervenção, foi retirado um cálculo no ureter (o tubo que transporta a urina do rim à bexiga) que estava a cinco centímetros da bexiga do lado direito. Também foi colocado um catéter duplo, o que também eliminou as cólicas e resultou em dores menos intensas."Agora o Paulo Francisco está medicado, passa bem, e receberá alta nesta sexta-feira (hoje)", disse Dias ao Estado. "Reunimos o corpo clínico e o paciente para pedir desculpas. E, na hora da cirurgia, toda a equipe também participou."Agora, Emídio deve ir para casa no fim de semana. Porém, volta a Goiânia nos próximos 15 dias. É quando será submetido a duas novas cirurgias, ambas para retirada de cálculo nas proximidades do rim direito. Depois, poderá receber alta efetiva.

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