
08 de junho de 2011 | 00h00
Desde a crise aérea de 2006 e 2007 não se via no Brasil um índice tão alto de cancelamentos de voos internacionais - das 179 partidas programadas até as 20 horas de ontem, 63 (ou 35,2% do total) não ocorreram. A situação melhorou um pouco no fim da noite: às 23h, os atrasos atingiam 30,6% dos voos. Só a TAM teve 35 voos cancelados no Brasil, em Assunção, Buenos Aires, Montevidéu e Santiago. A Gol cancelou 19 partidas das regiões afetadas.
Em Bariloche, um dos principais destinos turísticos da Argentina, quase todas as residências ficaram sem energia elétrica e água. A expectativa é que a situação melhore a partir de hoje - na tarde de ontem, aeroportos de Argentina e Chile voltaram a funcionar mas, por precaução, a maioria das empresas preferiu não voar.
O aeroporto de Porto Alegre foi o mais prejudicado no País, com 80% de cancelamentos de voos internacionais até as 23h. No fim da tarde, companhias aéreas não conseguiam encontrar quartos de hotéis suficientes na capital paulista para abrigar passageiros prejudicados - alguns tiveram de seguir para o litoral.
Nuvens. Ainda ontem, a Força Aérea Brasileira informou que as cinzas chegaram ao Rio Grande do Sul, em uma faixa de 5.500 a 7.600 metros de altitude. Uma sala de crise chegou a ser montada no Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea do Aeroporto Santos Dumont, no Rio, com representantes de Anac, Infraero e companhias aéreas, além de meteorologistas. "Estamos em contato direto com o centro de controle dos EUA e da Argentina, que mandam boletins", diz o diretor do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), Ronaldo Jenkins. "O problema é que as cinzas são abrasivas e podem causar danos em equipamentos dos aviões, o que pode levar a uma pane elétrica."
Em Buenos Aires, portenhos amanheceram com um céu cinzento provocado pelas partículas vulcânicas. Os governos das Províncias de Neuquén, Río Negro e Chubut distribuíram máscaras cirúrgicas. Em Puerto Madryn, na Província de Chubut, a 800 km de Bariloche, autoridades recomendaram à população não sair de casa. Assustados, moradores correram às farmácias para comprar máscaras. Autoridades também registraram uma corrida aos supermercados.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.