
08 de junho de 2011 | 00h00
ENGENHEIRO AERONÁUTICO E BRIGADEIRO DO AR
1. Como o senhor avalia a segurança de voo no Brasil?
Uma das melhores do mundo, mesmo se comparada a EUA e Europa. Há falhas de controle aéreo, mas são pontuais.
2. Os aviões modernos estão mais automatizados. Isso é bom para a pilotagem?
A Airbus procura mais a automação que a Boeing, onde o piloto tem mais autonomia. Mas 50% dos acidentes são causados por falha humana e a tecnologia vem evitar isso.
3.No caso do voo AF-447 (em um Airbus) a tecnologia pode ter sido inimiga?
Impossível afirmar sobre esse caso específico mas, em geral, falta treinamento para lidar com aeronaves sofisticadas, sim. É fundamental que o piloto conheça a fundo o sistema do avião porque, em emergências, não dá tempo de olhar manual.
4. A carga horária pesada dos pilotos é fator de estresse?
No passado existia isso de piloto voar cansado. Hoje nem tanto, porque o sindicato é rigoroso. O piloto vence o número de horas mais por ficar em solo esperando liberação para decolar.
5. Então a falta de infraestrutura contribui para o estresse?
Sim. Alguns aeroportos são mais problemáticos e exigem mais cuidado, como Congonhas e Santos Dumont. Pilotos recebem treinamento especial para voar nesses lugares.
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