Cinco morrem em chacina em casa de PMs

Homem era sargento da Rota e mulher, cabo no 18º Batalhão; filho de 12 anos e 2 parentes também foram assassinados. Nenhuma hipótese é descartada

PUBLICIDADE

Por Bruno Paes Manso
Atualização:

Um casal de policiais militares, o filho de 12 anos e mais dois parentes foram achados mortos a tiros, no início da noite de ontem, em uma casa da família na Rua D. Sebastião, na Brasilândia, na zona norte de São Paulo.

Luiz Marcelo Pesseghini era sargento das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e sua mulher, Andreia Regina Bovo Pesseghini, cabo da 1.ª Companhia do 18.º Batalhão da Polícia Militar, com base na Freguesia do Ó, também na zona norte da capital paulista. Também foram mortas a mãe de Andreia, Berenice, e uma irmã dela, Dete, que ocasionalmente dormia na mesma casa.

Conforme policiais revelaram à reportagem, o estado de rigidez cadavérica dos corpos pode indicar que o crime tenha ocorrido na manhã de ontem.

Até o fim da noite, a Polícia Civil ainda não havia indicado nenhuma hipótese para a chacina. No entanto, segundo o

Estado

apurou, não estava descartada a hipótese de crime passional, além de uma possível execução.

A Polícia Militar foi acionada por volta das 18h30. Cerca de 20 viaturas e 60 homens, entre soldados da PM e investigadores da Polícia Civil, estiveram no local. Até o comandante-geral da PM, coronel Benedito Meira, e o comandante do Policiamento de Choque (que inclui a Rota), o coronel da PM César Augusto Franco Morelli, estiveram na residência. A rua chegou a ser interditada e ficou cercada de vizinhos e curiosos.

Cena do crime.

A residência é formada por duas casas. Numa delas, foram encontrados os corpos do sargento, de sua mulher e do filho. Pesseghini estava deitado na cama, a mulher de joelhos, com o dorso para frente, e a arma do crime, uma pistola .40, embaixo do corpo do filho, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini.

As outras duas mulheres foram encontradas na outra casa, deitadas cada uma em uma cama e cobertas. Todas as vítimas, aparentemente, tinham um tiro na cabeça.

As informações sobre a cena do crime foram dadas pelo deputado estadual Major Olímpio (PDT), que entrou no local e conversou com os investigadores. Segundo ele, não havia marcas de disparos nas paredes nem de que a casa tivesse sido revirada. Ainda são analisadas diversas hipóteses, desde execução cometida pelo crime organizado até um crime familiar, seguido de suicídio.

Contra a tese do crime familiar é apontado o fato de os cinco terem sido mortos sem que ninguém reagisse, o que é difícil de ser feito por apenas uma pessoa. Segundo o Major Olímpio, o filho do casal tinha um problema cardíaco.

Pesseghini estava havia 13 anos no 1.º Batalhão do Choque. Ontem, Andreia deveria ter ido trabalhar na 1.ª Companhia do 18.º Batalhão, onde ela é cabo. Como não compareceu, os colegas foram até a casa dela para ver o que tinha acontecido e se depararam com a cena do crime.

Publicidade

Na sexta-feira, a prisão de tesoureiros do crime organizado em São Bernardo do Campo criou tensão e rumores de que poderia haver uma retaliação. Mas ninguém havia confirmado esta hipótese na noite de ontem. Os corpos só foram retirados no final da noite pelo Instituto Médico-Legal (IML).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.