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Cidade Tiradentes transformou o funk em oportunidade

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Por Redação
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Considerado um estilo marginal, com festas bancadas muitas vezes por traficantes que querem aumentar o lucro do negócio no bairro onde atuam, o funk e os pancadões costumam ser lembrados pelas autoridades pelo braço policial e pela repressão.Exceção ocorreu em Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo, que em 2008 começou uma conversa com jovens DJs. O subprefeito da época, Ricardo Barreiros, que já deixou a Prefeitura, passou a organizar festivais de funk e a gravar discos com artistas locais. A condição para a inscrição era não fazer apologia às drogas e ao crime nas letras, no que ficou conhecido como "permitidão". Longe de afugentar interessados, os três festivais tiveram mais de 200 inscritos e juntaram 30 mil pessoas. Cidade Tiradentes tornou-se um dos principais centros de funk da cidade. Bio-G3, autor no ano passado do chamado Bonde da Juju, nasceu desse diálogo da juventude local com o poder público.No YouTube, o Bonde da Juju já teve mais de 5 milhões de acessos. Bio G3 tem uma agenda de 28 shows por mês, pelos quais cobra R$ 5 mil cada. Ele conseguiu juntar dinheiro para montar a casa de funk Conexões Urbanas, em Cidade Tiradentes, com espaço para 2 mil pessoas. Bio G3 agencia pelo menos dez DJs do bairro, que passaram a ganhar dinheiro com shows. "O funk é uma alternativa e não deve ser simplesmente proibido", diz.

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