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Ciclovia não tem sinalização

Sem faixas delimitadas entre as pistas, pedestres e ciclistas disputam espaço no parque

Por Luiz Guilherme Gerbelli
Atualização:

A convivência entre ciclistas e pedestres é cada vez mais difícil no Parque do Ibirapuera, zona sul de São Paulo. Em alguns pontos da ciclovia, a sinalização que demarca o limite das pistas é praticamente inexistente, o que provoca uma confusão nos percursos desses dois grupos. Além das falhas de sinalização, o local está com trechos irregulares e parte do asfalto com remendo."Quando a ciclovia foi aberta, a sinalização era boa. O pedestre tinha noção de onde estava", disse o empresário Ronaldo Cavichioli, de 53 anos, que usa a ciclovia duas vezes por semana.E os problemas com a sinalização abrem espaço para o confronto entre pedestres e ciclistas. "Alguns pedestres não olham ao cruzar a ciclovia. Às vezes, o ciclista é surpreendido", afirmou o massoterapeuta Carlos Mesquita, de 51 anos, frequentador do parque. Para a empresária Betty Wang, de 53 anos, o fim da tarde é o principal período no qual os pedestres invadem a ciclovia. "Na quarta-feira, tentei pedalar por volta das 18 horas, mas desisti e fui embora." O aumento do número de ciclistas intensifica o problema. Inaugurada em 2004, a pista de 3 quilômetros de extensão recebe cerca de 100 mil pessoas por mês. Em 2007, eram 70 mil.A Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente acredita que o número de usuários cresceu por causa do início do funcionamento da ciclofaixa que liga o Ibirapuera aos Parques do Povo (Itaim-Bibi) e das Bicicletas (Moema). Para tentar resolver o problema, a Prefeitura afirma que vai readequar a ciclovia. Os acertos para a obra estão em fase final, segundo a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, mas não foram fornecidos nem o prazo para início das obras nem o valor do investimento.Vida de ciclista. Segundo o analista de sistemas William Cruz, de 36 anos, integrante do site Vá de Bike, muitos ciclistas utilizam a pista em alta velocidade, o que pode ser perigoso para quem caminha. "Tem gente que esquece que é uma pista de passeio. Precisamos lembrar que a prioridade é o pedestre."Cruz abandonou o carro há 15 anos. Todos os dias, pedala da Praça da Árvore, na zona sul, onde mora, até o trabalho, perto do Parque Villa-Lobos, na zona oeste. "Não vale mais a pena andar de carro. Todos os dias faço academia gratuitamente", brincou.Segundo a última Pesquisa Origem e Destino, concluída pelo Metrô em abril de 2009, a bicicleta é usada para cerca de 156 mil deslocamentos na cidade. O número representa 0,6% do total de viagens realizadas diariamente. No levantamento de 1997, eram apenas 56 mil. Em toda a cidade, há 50 km de ciclovias.

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