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Chuvas causam trânsito recorde e deixam São Paulo ilhada

Pela manhã, acesso à cidade só era feito pela Régis, Raposo e Dutra, diz Kassab; 9 morreram em deslizamentos

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Por Redação
Atualização:

Trânsito carregado na Marginal do Tietê pela manhã. Foto: José Luis da Conceição/AE

 

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SÃO PAULO - A forte chuva que atingiu São Paulo na madrugada desta quinta-feira, 21, deixou a cidade ilhada. Segundo o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), por volta das 11h praticamente só era possível entrar na capital paulista pelas rodovias Raposo Tavares, Régis Bittencourt e Dutra. Os demais acessos à cidade permaneceram bloqueados por pontos de alagamento. Por volta das 14h, o tráfego de veículos que chegam à cidade pelas rodovias federais e estaduais já estava normalizado. Nesta manhã, São Paulo registrava 111 quilômetros de congestionamento - recorde para o horário neste ano - e 57 pontos alagados.

 

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Na madrugada desta quinta-feira, o Mirante de Santana, onde é feita a medição do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), acumulou quase 43 milímetros de chuva. Praticamente toda o temporal caiu em apenas 1 hora, entre 2 e 3 horas da madrugada. Nove pessoas morreram em deslizamentos na Grande São Paulo e região.

 

O prefeito pediu que as pessoas evitem vir para a cidade nesta quinta-feira, e afirmou que o rodízio de veículos será mantido "porque a chuva aconteceu durante a madrugada". "As pessoas já sabiam que iam chover", justificou Kassab, que acrescentou que suspender a medida geraria um caos maior no trânsito. Segundo ele, amanhã serão anunciados apresentados investimentos contra as enchentes.

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Para Kassab, a culpa dos transtornos causados pelos alagamentos é do crescimento desordenado e da impermeabilização da cidade. De acordo com ele, por parte da administração municipal, não houve falhas, já que os investimentos previstos têm sido feitos. "Mais uma vez, o que causou os alagamentos na cidade de São Paulo foi não só o excesso de chuva, mas também o crescimento desordenado da cidade e a impermeabilização excessiva", afirmou.

 

 

TÚNEIS

Além das Marginais do Tietê e Pinheiros, quatro túneis da capital paulista ficaram totalmente alagados e foram interditados por conta da chuva. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego, por volta das 10h50 o Túnel Tribunal de Justiça continuava interditado em razão das inundações. Já os túneis Ayrton Senna, Max Feffer e Anhangabaú foram liberados e os motoristas não enfrentavam alagamentos.

 

VOLUME

 

De acordo com dados da Climatempo, a chuva de janeiro já superou a média na cidade de São Paulo. Antes do temporal da madrugada desta quinta, a cidade de São Paulo já acumulava mais chuva do que a média normal para janeiro.

 

O janeiro mais chuvoso observado no Mirante de Santana, desde 1943, quando começaram as medições no local, foi o ano de 1947. O total acumulado foi de 481,4 milímetros. A maior quantidade de chuva já medida no Mirante de Santana foi em março de 2006, quando choveu 608 milímetros ao longo do mês. A média de chuva para março fica em torno de 178 milímetros.

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PRÓXIMOS DIAS

 

Nesta quinta-feira devem ocorrer novas pancadas de chuva até o fim do dia, ganhando intensidade a partir da tarde. A quantidade de chuva prevista para os próximos dias deve chegar a valores de 100 a 150 milímetros, até o dia 25 de janeiro, segundo a Climatempo.

 

Esse acumulado será distribuído de forma desigual. Nesta sexta-feira, a chuva continua mas não deve ser tão intensa. A chuva, porém, deve se intensificar no sábado, quando a cidade de São Paulo poderá receber mais de 50 milímetros de chuva.

 

Texto atualizado às 21h05.

 

(Com Diego Zanchetta, de O Estado de S. Paulo, Fabiana Marchezi e Solange Spigliatti, da Central de Notícias)

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