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Chinaglia cobra explicações do governo sobre crise aérea

Deputado do PT de São Paulo acompanha o corpo de Julio Redecker, do PSDB, uma das vítimas do vôo 3054

Por Marcelo Auler
Atualização:

O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), cobrou uma explicação pública oficial de "alguma autoridade que tenha representação" sobre o "o que genericamente vem sendo apelidado de crise aérea". A cobrança foi feita na madrugada desta sexta-feira, 20, quando Chinaglia chegou em Porto Alegre, acompanhando o corpo do deputado Julio Redecker, (PSDB-RS), uma das vítimas do acidente com o vôo 3054. Lista de vítimas do acidente do vôo 3054 O local do acidente Quem são as vítimas do vôo 3054 Histórias das vítimas do acidente da TAM Galeria de fotos Opine: o que deve ser feito com Congonhas? Cronologia da crise aérea Acidentes em Congonhas Vídeos do acidente Tudo sobre o acidente do vôo 3054 Arlindo Chinaglia foi a Porto Alegre no mesmo vôo comercial que transportou os restos mortais do deputado Julio Redecker. Segundo ele, "depois de dez meses não é possível que não tenha diagnóstico, não é possível que alguma coisa não tenha sido feita, e não é possível que alguém também não tenha dito se falta alguma coisa e o que falta para ser feito". Chinaglia concedeu entrevista no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, ao lado da governadora Yeda Crusius e do presidente do PSDB, Tasso Jereissati, onde está sendo feito o velório de Redecker. Ele não quis nomear que autoridade deveria dar estas explicações. Mesmo sendo aliado do governo, disse que "se depender da minha opinião, na Câmara dos Deputados, nós vamos pressionar para que as coisas fiquem claras do ponto de vista do sistema. Do ponto de vista do acidente, tem os procedimentos técnicos, que eu acho prudente aguardar". Chinaglia autorizou a viagem de deputados da CPI do Apagão Aéreo aos Estados Unidos para acompanharem a abertura da caixa preta do avião da TAM. "Não tenho informações de quais seriam as causas (do acidente). Isto eu deixo nas mãos dos especialistas. No caso da Câmara, temos uma CPI, fui consultado hoje (quinta) se autorizaria a ida de um ou dois parlamentares, inclusive aos Estados Unidos, para acompanhar as investigações. Já deixei o aval, a autorização exatamente para que a Câmara possa desempenhar o seu papel, é claro que entendendo que os órgãos responsáveis são outros". Ele não quis comentar também os gestos do assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, mostrado pela TV na quinta-feira, que ele sequer tinha visto. "Eu creio que não me cabe comentar atitudes de assessores do presidente. Isto quem tem que fazer é o próprio presidente". Já o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, mesmo admitindo que a hora agora não é apropriada para discutir a crise, por causa da emoção com as vitimas, deixou claro que acha que há omissão do governo federal. "Acho que alguma coisa deveria ter sido feita. Evidentemente que alguma coisa deveria ter sido feita. A série de entrevistas evasivas que têm sido feitas ao longo destes meses, significa realmente uma falta de ação e uma falta até de sensibilidade para a crise que está aí. Isso aí (o acidente), infelizmente veio agora acentuar o que é um colapso. Mas, como eu disse vai ter um momento certo para discutir isto". Prometeu para depois de vencido este período de as famílias se despedirem das vítimas do acidente, "fazer uma exigência que finalmente se tenha uma definição e uma solução para este problema. Não vou dizer que este acidente foi provocado por este ou aquele motivo, por que seria leviano da minha parte. Agora, que existe um caos aéreo, que existe um colapso do sistema aéreo, isto é verdade. Mas nós vamos tratar no momento certo, dentro do cenário do Senado e do cenário da Câmara e desta vez com um suporte muito grande da população que está intensamente chocada no Brasil inteiro com o que aconteceu", concluiu.

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