
16 de abril de 2013 | 02h07
A cidade de Goiânia vive uma onda de violência contra moradores de rua. Um total de 28 mortes foram registradas neste ano e a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse que pedirá a federalização de todo processo de denúncia, investigação e julgamento.
O 28.º caso foi registrado na madrugada de ontem, quando um morador de rua, ainda não identificado, acabou esfaqueado em uma calçada do Setor Coimbra. Um dia antes, outro sem-teto foi baleado e está em estado grave no Hospital de Urgências de Goiânia.
Mesmo tendo sido mortos na madrugada e enquanto dormiam nas calçadas, a polícia entende que ambos os casos têm relação com drogas. "São pessoas que moram nas ruas e usam drogas, principalmente o crack", disse ontem o delegado Murilo Polatti, da Homicídios. Segundo ele, 18 das 28 mortes, verificadas desde janeiro, estão relacionadas às disputas por drogas. Ele descartou a ação de um grupo de extermínio. As mortes, no entanto, ocorrem em série, e os moradores de rua estão sendo assassinados a tiros, facadas, pauladas e espancamento.
"Vou registrar junto ao procurador-geral da República um pedido de federalização. Não se trata de a Polícia Federal entrar ali para dar apoio ao Estado. Trata-se de verificarmos se em Goiânia nós temos no tecido do Estado o envolvimento de pessoas com o crime organizado", disse a ministra, após participar de reunião com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Segundo ela, a secretaria criou uma força-tarefa para avaliar deficiências nos inquéritos.
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