CET muda Brigadeiro Luís Antônio e congestiona Jardins

Motoristas demoraram uma hora para seguir na direção do centro; prefeito Fernando Haddad diz que medida pode ser revista

PUBLICIDADE

Por Rafael Italiani
Atualização:
A Prefeitura tirou uma das três faixas no sentido centro e adicionou uma em direção aos Jardins Foto: CLAYTON DE SOUZA/ESTADAO

SÃO PAULO - Os motoristas que trafegam pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio, sentido centro, estão gastando uma hora no trânsito para percorrer um trajeto de pouco mais de três quilômetros, antes feito em menos de 20 minutos. Trata-se do trecho entre as Ruas Groenlândia e dos Ingleses, alterado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) no fim de semana. 

A Prefeitura tirou uma das três faixas no sentido centro e adicionou uma em direção aos Jardins, na zona sul, por onde antes apenas ônibus circulavam. Agora a avenida foi dividida ao meio - os dois lados têm uma faixa para carro e outra para coletivos. A Prefeitura alega que a mudança vai reduzir “o índice de acidentes na via”. 

PUBLICIDADE

Segundo a CET, entre 2013 e o ano passado, foram registrados 116 atropelamentos na avenida - a companhia não divulgou o número de mortos. Nesta segunda, motoristas criticavam a medida. Marronzinhos eram procurados pelos condutores, que reclamavam do tempo gasto e da proibição de conversões antes usadas, como a para a Alameda Lorena, que era feita à esquerda pelos motoristas que iam em direção ao centro.

Outra reclamação era a falta de aviso com antecedência. “O mundo muda, senhora”, respondeu um dos agentes da CET a uma motorista. 

O engenheiro e mestre em Transportes pela USP Sérgio Ejzenberg elogiou a medida. “Pode não fazer sentido criar uma faixa a mais de carro para proteger o pedestre. Mas uma via com mais carros condiciona quem atravessa a rua a prestar mais atenção.” 

O prefeito Fernando Haddad (PT) disse nesta segunda à Rádio Estadão que o projeto pode ainda ser revisto. “A Brigadeiro vai subir e descer agora, vai ter duas mãos. Vai causar transtornos na primeira semana? Não tem dúvida. Agora, a gente monitora e mede. Deu certo? Mantém. Se não deu certo, revê o projeto. São alterações simples.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.