08 de maio de 2010 | 00h00
Para os cristãos, uma vida plena começa com a morte. E a morte começa quando a gente nasce. Morremos um pouco a cada dia. Vivemos bem porque ela existe. É graças à morte que conseguimos relativizar a vida.
No interior, os velórios continuam com a tradição antiga. A família inteira passa à noite ao lado do caixão e há sempre alguém passando um café para amenizar o frio, as horas de espera e a dor.
A cerimônia é antes de tudo uma partilha social. O velório permite, cria a oportunidade, de pessoas que estão há muito afastadas se aproximarem para se despedir, partilhar suas lembranças. As despedidas e homenagens feitas pelos amigos funcionam como uma viagem no tempo para os familiares, que nem sempre suportam o rito.
É PROFESSOR DO PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO DA PUC DE SÃO PAULO
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