Cemitério da zona leste está fechado para enterro público

Falta de vagas permite só sepultamentos particulares; Prefeitura promete construir mais um ossário no local

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Por Felipe Oda , Tiago Dantas e JORNAL DA TARDE
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O Cemitério do Lajeado, em Guaianases, na zona leste da capital, atingiu a lotação máxima. Há dez dias, não é possível mais fazer enterros públicos - só os túmulos particulares podem ser usados. A reabertura de vagas depende da construção de um novo ossário, o que deve demorar um mês.A falta de vagas vem sendo notada por funcionários há pelo menos um ano. O Lajeado tem cerca de 7 mil sepulturas - 1,2 mil são túmulos particulares e utilizados apenas pelas famílias que os compraram. As vagas particulares ainda estão funcionando, dizem funcionários. Cada sepultura pública guarda um corpo, que só pode ser retirado de lá, abrindo espaço para outro enterro, três anos após o sepultamento.Este é o primeiro problema: nenhuma quadra tem sepulturas vencidas. Mas não é só isso. Mesmo que o vencimento de alguma vaga estivesse próximo, não haveria como liberá-la. Quando o prazo de três anos expira, a família do morto deve ir ao cemitério pedir a exumação do corpo. Os ossos, que sobram do processo, vão para o ossário.E aí aparece o segundo problema: a falta de ossários. As cerca de 4 mil gavetas individuais existentes também estão cheias. Como as famílias podem renovar o uso do ossário a cada cinco anos, raramente algum fica vazio. O Serviço Funerário informou que pretende abrir 300 vagas com a construção de um ossário, que ficará pronto em 30 dias.Funcionários do local, no entanto, avaliam que a obra é uma solução emergencial e o cemitério precisaria de ainda mais ossários. Caso contrário, pode voltar a fechar para enterros em breve. Em nota, a Prefeitura reconheceu que os sepultamentos pararam de acontecer, mas garantiu que há espaço para velórios. "O pessoal faz o velório aqui e depois tem de levar o corpo para outro cemitério. Acho o cúmulo", critica a aposentada Ondina de Jesus Teixeira, de 75 anos. Os enterros destinados ao Lajeado vão agora para o cemitério da Saudade, em São Miguel Paulista, distante 6,5 km, e o de Itaquera, a 8,5 km.

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