Cembranelli diz que exposição de perito da defesa foi 'antiética'

Para promotor do Ministério Público, parecer apresentado por George Sanguinetti não traz alterações ao caso

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Por Redação
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O promotor do Ministério Público de São Paulo responsável pelo processo sobre a morte da menina Isabella de Oliveira Nardoni, Francisco Cembranelli, classificou de "antiética" a exposição do laudo paralelo feito pelo perito contratado pela defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, respectivamente pai e madrasta da garota. Eles são acusados de matar a menina, jogando-a da janela do 6º andar do prédio onde moram, na zona norte de São Paulo.   Ao SPTV, da Rede Globo, Cembranelli disse que o parecer apresentado por Sanguinetti não trouxe alterações para o caso. "Continuo acreditando no trabalho realizado pelos mais de 15 peritos do IML e do IC de São Paulo. O propósito do Ministério Público continua o mesmo de levar o casal (Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá) a julgamento", disse o promotor.   Os peritos dos Institutos de Criminalística (IC) e Médico Legal (IML) de São Paulo não comentarão as críticas aos laudos periciais do caso. A informação é da assessoria da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP). Na avaliação dos laudos, o médico-legista George Sanguinetti, ex-diretor do IML de Maceió, classificou o trabalho da Polícia Científica de São Paulo como "medíocre, falho e sem valor probatório".   A ex-perita do Departamento de Polícia Técnica da Bahia Delma Gama, que também participou da análise, disse que os laudos da polícia paulista são "confusos, dúbios e imaginativos". Segundo os laudos oficiais, Isabella sofreu asfixia mecânica por esganadura e foi jogada de pé da janela do 6º andar, deixando marcas das mãos na parede externa do prédio.   Para Sanguinetti, no entanto, a menina não foi esganada, mas sofreu asfixia por causa de uma parada cardiorrespiratória após cair da janela. Sanguinetti argumenta que não havia marcas no pescoço da garota. "Não há esganadura sem marcas ou feita com uma só mão", afirmou. Segundo ele, havia ferimentos apenas do lado esquerdo do pescoço de Isabella, causados pela queda da janela. A morte foi provocada, na visão do perito contratado, por lesões múltiplas no cérebro, decorrentes da queda.   Delma contradisse a perícia paulista ao afirmar que Isabella foi jogada de cabeça para baixo da janela e que as marcas encontradas na parede do edifício eram da perna da menina. Ela disse ter sua versão sobre o modo que agiu o assassino e sobre a motivação do crime, mas prefere aprofundar o estudo dos laudos antes de anunciar as informações.   A perita adiantou que acredita que a desordem encontrada pelos peritos do IC e IML no apartamento dos Nardoni foi feita por "alguém à procura de alguma coisa". A tela de proteção da janela, por sua vez, teria sido cortada "para que um objeto furtado do apartamento fosse jogado pela janela, para alguém que poderia estar esperando no térreo".

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