PUBLICIDADE

Ceagesp adia taxa de estacionamento

Após protesto de caminhoneiros e reunião com presidência, companhia suspendeu edital que permitiria cobrar por carga e descarga

Por Nataly Costa
Atualização:

O edital que estabelece a cobrança de estacionamento de carros e caminhões na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na zona oeste de São Paulo, deve ser suspenso hoje. A decisão foi tomada depois de um protesto dos caminhoneiros e uma reunião entre os permissionários e o presidente da companhia, Mauro Maurici. Na conversa, os grupos ficaram de decidir por quantos dias vai valer a suspensão - a ideia é que não passe de 30. A manifestação dos caminhoneiros responsáveis pelo abastecimento fez com que a Ceagesp ficasse fechada ontem o dia inteiro. O protesto, na frente da central, causou congestionamento no entorno e até algumas linhas de ônibus tiveram de ser desviadas pela manhã. A promessa é que os caminhoneiros voltassem ao trabalho hoje. Os permissionários contestam os preços que serão cobrados pela entrada dos caminhões e carros no entreposto, que chamam de "pedágio": R$ 10 por 10 horas de permanência, e R$ 60 pela diária para caminhões. Carros pagariam R$ 6 por hora."Para o cliente não é vantagem", diz Manuel Gouveia, representante do setor de varejo. "Ele vai querer pagar estacionamento aqui, sem conforto nenhum, em vez de ir para um supermercado com manobrista e tudo?" Caminhões. Para os atacadistas, no entanto, o grande ponto de discórdia é a cobrança de R$ 60 pela diária dos veículos de carga. A Ceagesp afirma ter feito um estudo que provou que 90% dos caminhões passam menos de 10 horas no entreposto e, portanto, pagariam apenas R$ 10. Mas Ivo Luiz Paim, um dos representantes da Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo (Apesp), contesta o cálculo. "A maioria vem e passa 12, 15 horas para fazer o abastecimento completo", conta. O presidente da Ceagesp, Mauro Maurici, afirma que o objetivo da diária de R$ 60 é desestimular os caminhoneiros que costumam dormir no entreposto. Eles acabam usando a infraestrutura do local (água, banheiro), sem pagar nada.Além disso, o dinheiro do estacionamento vai ser usado na contratação de agentes para organizar o trânsito de caminhões, instalação de câmeras em toda Ceagesp e, principalmente, segurança. "Nunca vi nada, mas sempre ouço histórias de assalto e prostituição aqui dentro. É fundamental combater isso", disse o presidente da companhia.Edital. O estacionamento e o serviço de portaria serão de responsabilidade de uma empresa privada, cujo investimento será de R$ 21 milhões. O custo de operação por ano desses serviços está estimado em R$ 8 milhões. Para Maurici, a arrecadação mensal de R$ 600 mil da Ceagesp é pouco para as necessidades do entreposto.De acordo com o cronograma estabelecido pelo edital, as propostas das empresas interessadas no negócio deveriam ser abertas no início de abril. Agora, uma nova data vai ser decidida quando o edital for relançado, já com as propostas dos permissionários. Após a assinatura do contrato, um projeto executivo deve ser desenvolvido e só depois, em meados de 2013, a cobrança do estacionamento pode entrar em vigor.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.