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Caso Friboi: Giselma nega participação no crime e acusa o meio-irmão: 'Ele acabou com a minha vida'

O irmão, por sua vez, afirmou que Giselma foi a mandante da morte do ex-marido e que a ajudou a executar o plano

Por Monica Reolom
Atualização:

SÃO PAULO - Giselma Carmem Campos Magalhães negou, durante seu julgamento no Fórum Criminal da Barra Funda, que tenha mandado matar o ex-marido e diretor-executivo da Friboi, Humberto Magalhães, em 2008. Frente a um plenário composto por 70 pessoas, Giselma afirmou que a acusação contra ela, de ser a mandante do crime, é falsa e que o meio-irmão, Kairon Vaufer Alves, também réu no processo, teria cometido o crime sozinho. "Ele acabou com a minha vida. Eu tinha uma vida muito boa, carro novo prestes a trocar. fiquei a pé por muito tempo depois daquilo. Hoje eu moro de aluguel."

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A sua versão dos fatos foi completamente oposta à apresentada por Kairon, interrogado antes dela. Segundo o meio-irmão, Giselma o procurou pedindo ajuda para matar o ex-marido, porque tinha muito ciúmes das mulheres com quem ele se envolvia e não aceitava que Humberto a abandonasse depois de tudo o que construíram juntos - os dois ficaram casados por 20 anos.

Kairon, então, teria sido designado por Giselma a encontrar alguém para matar Humberto Magalhães. "Ela me manipulou", disse. "Eu tinha acabado de sair da cadeia, tinha mulher e filho pequeno e achei que, quando ela foi me procurar, fosse para me ajudar." Kairon confessou participação no crime e ainda pediu desculpas à família de Humberto."Estou muito arrependido do que fiz, tenho vergonha. Gostaria de pedir desculpas aos familiares e amigos de Humberto porque essa é uma dor que nunca cicatriza." A mãe de Humberto, que assistia ao interrogatório, baixou a cabeça e ficou emocionada.

Entenda. O Ministério Público diz que Giselma planejou a morte do ex-marido junto com seu irmão por parte de mãe, Kairon Vaufer Alves, que confessou ter participado da morte. Kairon contratou dois homens para tirar a vida de Humberto e, na noite de 4 de dezembro de 2008, o empresário foi executado com dois tiros perto de sua casa, no bairro Vila Leopoldina. O motoqueiro Paulo dos Santos e o mandante Osmar Gonzaga Lima já foram julgados e condenados a 20 anos de prisão cada um.

Resumo. Cinco testemunhas de acusação e duas de defesa foram ouvidas no Fórum da Barra Funda em dois dias de julgamento.O filho mais novo de Giselma e Humberto, Carlos Eduardo Campos Magalhães, depôs contra a mãe e disse não ter dúvidas de sua culpa. O filho mais velho, Marcus Vinícius Campos Magalhães, testemunhou a favor da mãe.

O conselho de sentença, formado por quatro mulheres e três homens, decidirá sobre a culpabilidade ou não dos réus após os debates entre a Promotoria e a Defesa.

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