PUBLICIDADE

Casarão abandonado da Paulista abrigará Museu da Diversidade

Anúncio foi feito pelo governo Alckmin neste domingo, mas sem prazo para abertura do imóvel

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - Previamente cotado para ser um centro cultural voltado à Turma da Mônica, o casarão Franco de Mello, no número 1.919 da Avenida Paulista será, segundo promessa feita neste domingo, 4, pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), o Museu da Diversidade Sexual. A iniciativa foi divulgada durante a coletiva de imprensa da Parada Gay, que ocorre nesta tarde na cidade.

PUBLICIDADE

O objetivo da medida é, segundo o governo, "a ampliação das ações culturais e outras relacionadas à preservação, estudo e difusão da memória da população LGBT paulista e brasileira". A proposta do equipamento cultural passa ainda pela valorização da diversidade sexual no Brasil "por meio de ações de pesquisa, salvaguarda e comunicação do patrimônio material e imaterial, a partir da abordagem da historicidade da população LGBT, do ativismo político e do legado sociocultural, entendendo seu importante papel como transformador da cultura brasileira", conforme a Secretaria Estadual da Cultura.

O novo museu é anunciado pela gestão Alckmin em um imóvel que sequer foi desapropriado. O governo paulista informou que ainda aguarda a imissão de posse do casarão (um dos últimos da era dos barões da Paulista) "para dar início às providências necessárias ao restauro e posterior implantação do museu".

"É a última casa da Paulista, no número 1.919. Quem passar aqui na Paulista vai ver uma casa em mau estado, mas ela vai ser todinha restaurada para ser o Museu da Diversidade", afirmou Alckmin em discurso na sede da Fecomercio, na região central. Ainda de acordo com o tucano, o prédio, que está "em péssimas condições" é privado e tombado por órgãos de defesa do patrimônio histórico.

A mansão que abrigará o centro cultural está fechado há vários anos. No fim da década passada, chegou a abrigar algumas feirinhas hippies e de adoção de animais, atividades que estão inativas hoje em dia. O prédio, em estilo eclético, foi construído em 1905 em alvenaria de tijolos, segundo a Secretaria Estadual da Cultura. Em 1921, o casarão passou por uma reforma que o ampliou -- ainda assim, ele manteve-se recuado em relação à Paulista, o que permitiu a sua preservação quando do alargamento da avenida em meados do século XX.

No total, o terreno onde está o imóvel tem 2,7 mil metros quadrados e em torno de 600 metros quadrados de área construída. Ao lado, está o Parque Municipal Mário Covas, inaugurado em 2010 e que até hoje segue pouco visitado. O governo estadual não informou se a área verde da Prefeitura será integrada ao casarão.

Já o Museu da Diversidade Sexual, criado por meio de decreto em 2012, possui um espaço expositivo na Estação República do Metrô, que conecta as Linhas 3-Vermelha e 4-Amarela. Somente no ano passado, o local recebeu quase 35 mil visitantes. Quando o casarão for recuperado e reaberto, esse espaço continuará funcionando. De acordo com o governo do Estado, o museu é o primeiro do gênero criado no hemisfério sul. Em países do norte, como os Estados Unidos -- o GLBT History Museum em São Francisco -- e a Alemanha -- o Schwules Museum de Berlim --, iniciativas parecidas já foram adotadas.

Publicidade

Apesar do anúncio, o governo Alckmin não deu um prazo para o início das obras e da abertura do novo espaço do museu. Contudo, o governador afirmou que já vai mandar fazer o projeto excecutivo do restauro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.