Casal se conheceu na noite paulistana

Matsunaga é descrito como um 'bon vivant', entendedor de vinhos e que tinha fotografia por hobby; Elize chegou a trabalhar em um centro cirúrgico

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Por Redação
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Um casal reservado, que vivia em uma cobertura de mais de 500 m², avaliada em pelo menos R$ 4 milhões, na Vila Leopoldina, zona oeste. Quando tinham oportunidade, o executivo Marcos Kitano Matsunaga e a mulher, a bacharel em Direito Elize Kitano Matsunaga, viajavam para o sítio da família, em Ibiúna, no interior do Estado.Os dois se conheceram na noite paulistana e eram casados havia dois anos. Eles tinham uma filha de um ano. Matsunaga tinha outra filha, de 3, do casamento anterior. Além de diretor da Yoki, o executivo era fotógrafo amador e grande conhecedor de vinhos. Segundo vizinhos, era uma pessoa discreta e simpática. "Ele era um bon vivant, um rapaz de excelente família, muito estudioso", afirmou o delegado Mauro Dias, responsável pelo inquérito.Matsunaga costumava frequentar a Catedral Anglicana de São Paulo, na Vila Brasilândia, zona norte, ao lado de Elize. Neto do fundador da Yoki, Yoshizo Kitano, o executivo estudou no Colégio Santa Cruz e se formou na Fundação Getúlio Vargas. Antes de trabalhar na empresa da família, Matsunaga foi funcionário do Grupo Walmart.A Yoki esteve envolvida em um conturbado processo de venda que terminou com sua aquisição, por R$ 1,95 bilhão, pelo grupo americano General Mills. O negócio foi concluído no mês passado, enquanto o diretor executivo estava desaparecido. Pelo menos R$ 200 milhões do total foram para pagar dívidas.Faca. Já Elize tinha experiência na área da saúde e chegou a trabalhar em um centro cirúrgico. Foi nesse período que, segundo a polícia, ela adquiriu a técnica necessária para esquartejar o marido. Conhecedora de anatomia, usou uma faca com lâmina de 30 centímetros para cortar juntas, cartilagens e separar membros inferiores e superiores, além do tronco e da cabeça. Elize é paranaense e, atualmente, não trabalhava. Em sua página em uma rede social, ela demonstra gosto por joias e outros artigos de luxo. Seu ciúme era conhecido por todos que conviviam com o casal. Em conversas com policiais, Elize demonstrou frieza. No depoimento formal, no entanto, chorou várias vezes, principalmente quando se referia à filha.Segundo o advogado que representa os parentes de Matsunaga, Luiz Flávio D'Urso, não havia motivos para suspeitas, até o inquérito apontar uma "convergência de hipóteses". / LETICIA BRAGAGLIA, LILIAN CUNHA, MARCELO GODOY e WILLIAM CARDOSO

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